Professores da rede municipal de educação protestam contra falta de assistência médica em Manaus
22 de junho de 2021
A manifestação ocorreu na frente da sede da Secretaria Municipal de Administração na Zona Oeste de Manaus. (Gabriel Abreu/Revista Cenarium)
Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium
MANAUS – Um grupo de professores do Sindicato dos Professores e Pedagogos (Asprom-Sindical) protestou nesta terça-feira, 22, em frente à sede da Casa Militar da Prefeitura de Manaus contra a suspensão dos atendimentos de urgência e emergência da Manausmed. Os servidores alegam que desde janeiro não recebem atendimentos médicos, mas que todos os meses é descontado no contracheque.
Os atendimentos de urgência e emergência foram suspensos em meio à segunda onda da pandemia da Covid-19 no Amazonas pelo prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), são mais de 40 mil servidores sem atendimentos médicos.
A medida pode ter contribuído para agravar os casos de servidores e dependentes deles infectados pelo novo coronavírus no período de janeiro a fevereiro deste ano, que não conseguiram atendimento em hospitais públicos. Na época, os cemitérios registravam mais de 200 mortes por dia, tendo como causa a Covid-19.
De acordo com a presidente da Asprom/Sindical, Elma Sampaio, a suspensão dos atendimentos emergenciais afetam diretamente a classe dos trabalhadores já que todos os meses é descontado pela Secretaria Municipal de Admisnitração (Semad).
“Se os servidores precisarem nesse momento de atendimento emergencial não serão atendidos já que nenhum hospital está credenciado pela ManausMed para receber os servidores. Então, estamos aqui para denunciar esta situação já que todos os meses vêm sendo feito o recolhimento e, quando nós mais precisamos de atendimentos na saúde, nós ficamos sem atendimento responsável e digno”, desabafou a professora.
Casos de Covid-19 em professores
Pelo menos 18 escolas das redes estadual e municipal de ensino, em Manaus, têm casos confirmados ou suspeitos de Covid-19 entre trabalhadores da educação. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam) esteve em seis delas na manhã de hoje e confirmou casos positivos em cinco delas. Na sexta unidade, o funcionário não confirmou por exame o diagnóstico, mas está afastado de suas atividades.
“Alguns professores que estão sendo contaminados no exercício da função estão sem atendimentos e precisam buscar outros meios para conseguirem atendimento de urgência e emergência”, destacou Elma.
Retomada
Em comunicado nas redes sociais, a Prefeitura de Manaus informou que, nos próximos dias, voltará a disponibilizar os serviços de atendimento de urgência e emergência adulto. O processo para a retomada do referido atendimento encontra-se em fase de finalização dos trâmites processuais e administrativos.
O comunicado foi postado nos principais meios de comunicação da Prefeitura de Manaus (Reprodução)
Mas no mesmo comunicado não é informado pela assessoria do órgão quando retomam e quais redes foram credenciadas pela Secretaria Municipal de Administração (Semad), órgão responsável pela Manausmed.
Alvo da CPI
O prefeito de Manaus, David Almeida, é o único prefeito do Brasil que entrou no alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, oficializada no dia 19 de abril no Congresso. O plano de trabalho da comissão prevê chamar ao menos seis ministros ou ex-ministros do Governo Jair Bolsonaro para dar explicações sobre o enfrentamento da pandemia no País.
Uma versão preliminar do roteiro, elaborado por integrantes do colegiado, também cita a necessidade de ouvir secretários do Ministério da Saúde, autoridades responsáveis pela área de comunicação e governadores. Além do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, a lista inicial das autoridades que devem ser ouvidas inclui o ex-número 2 da pasta, coronel Élcio Franco.
O ex-comandante do Exército Edson Pujol, também, será chamado para explicar a produção de cloroquina pelo laboratório ligado às Forças Armadas. O medicamento, sem eficácia comprovada contra a Covid-19, passou a ser produzido em maior escala.
Até o fechamento do conteúdo, a Prefeitura de Manaus não havia se manifestado sobre o caso.
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