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Professores da rede pública fazem greve contra retorno das aulas presenciais no AM
Ato reuniu professores, pais e alunos em frente a sede do governo (Divulgação/Internet)
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11 de agosto de 2020
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS – Professores e sindicalizados voltaram a realizar uma nova manifestação na manhã desta terça-feira, 11, em frente à sede do governo do Amazonas. Os educadores protocolizaram o documento de instalação de greve por tempo indeterminado, contra o retorno das aulas presenciais da rede estadual de ensino.
A classe está em greve desde essa segunda-feira, 10, quando as aulas presenciais do Ensino Médio voltaram em Manaus. Durante a manifestação concentrada na avenida Brasil, no bairro compensa, zona Oeste de Manaus, que reuniu ainda pais e alunos, estudantes chegaram a colocar cruzes no local.
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O ato desta terça, organizado pelo Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom/Sindical), iniciou por volta das 8h30 e solicitou novamente uma audiência pública com o governador do Estado, Wilson Lima (PSC).
Segundo o sindicato, as escolas estaduais não estão preparadas para retornarem e há um risco iminente de uma contaminação em massa por Covid-19 de alunos e educadores.
“Nós somos prontamente contrários à determinação de retornar com as aulas presenciais nesse momento, em que consideramos que a pandemia da Covid-19 não está controlada nem em Manaus, nem no interior do Estado do Amazonas. Queremos dizer à sociedade amazonense que não é hora de retornar com as aulas”, disse o professor Albert Lambert, Coordenador de Comunicação do Asprom/Sindical.
A coordenadora-geral do sindicato, professora Helma Sampaio, disse que a categoria exige a testagem em massa em todos que convivem na comunidade escolar.
“Sem a contágio, é impossível o retorno. Nós também solicitamos que seja feito um trabalho em conjunto, com o governo do Estado e a prefeitura, para melhoria do transporte público coletivo”, explicou a professora. Conforme ela, alunos e professores transitam em ônibus e com o retorno das aulas, consequentemente haverá uma superlotação, aumentando o risco de contágio.
Acusações
O Coordenador de Comunicação do Asprom, Albert Lambert, acusa a Secretaria de Educação de manter professores doentes na retomadas das aulas. “A seduc está se vangloriando com o destaque nacional ao retorno às aulas presenciais. (…) na escola Maria do Céu, no Manoa, uma professora testou positivo para Covid- 19 e outro está em isolamento domiciliar. Ambos participaram da jornada pedagógica e foram trabalhar, ontem. Isso a Seduc não informa para a sociedade e a comunidade escolar! A necropolitica em implantação!”, diz a publicação.
A Seduc por outro lado, divulgou em nota, sobre a notificação da servidora em questão.
“Tão logo foi notificada pela servidora da Escola de Tempo Integral Maria do Céu sobre o teste positivo para o novo coronavírus, adotou os procedimentos previstos nos Protocolos de Saúde junto à Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM)”, diz trecho.
Ainda segundo a nota, nesta terça-feira, 11, os estudantes e professores foram liberados e a escola passa por um novo processo de desinfecção do ambiente para que as atividades sejam retomadas.
A Secretaria de Educação informa, ainda, que está dando início ao procedimento de monitoramento da saúde dos estudantes e professores, conforme o Procedimento Operacional Padrão (POP) definido previamente, que será acompanhado pelas autoridades em saúde.
“Segundo a equipe gestora, a servidora não apresentava sintomas e retornou ao trabalho normalmente. Na noite de ontem, 10, segundo ela, após um mal estar, procurou assistência médica. Conforme o documento apresentado pela servidora, o teste foi realizado ontem e o resultado positivo emitido no mesmo dia”, finaliza.
Desse recurso, cerca de R$ 8,5 milhões estão sendo destinados para aquisição de 1 milhão de máscaras de pano, EPIs, álcool em gel 70% e tapetes sanitizantes, dentre outros itens. Mais de R$ 1,3 milhão está destinado à adequação da infraestrutura nas escolas da rede estadual, com a instalação de pias e ajustes das instalações hidráulicas.
Os alunos vão estudar de forma híbrida, com aulas presenciais nas unidades escolares e on-line, com o projeto “Aula em Casa”. As turmas foram divididas em dois blocos (A e B). Os blocos A vão à escola nas segundas e nas quarta-feiras e os estudantes dos blocos B vão nas terças e quintas-feiras.
O governo diz ainda que a volta às aulas está baseada no Plano de Retorno às Atividades Presenciais, que estipulou protocolos voltados aos vários nichos da comunidade escolar, com orientações específicas a cada grupo. O retorno acontece com aval dos órgãos de saúde do Amazonas, que acompanham a baixa dos casos de Covid-19 no Estado.
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