Professores estaduais e municipais no Pará iniciam greve


Por: Fabyo Cruz

10 de junho de 2025
Professores estaduais e municipais no Pará iniciam greve
A assembleia geral que determinou a greve ocorreu no dia 23 de maio (Foto: Divulgação/Sintepp)

BELÉM (PA) – Professores das redes estadual e municipal de ensino no Pará iniciarão, nesta quarta-feira, 11, uma greve de 48 horas para pressionar os governos estadual e municipais a atenderem uma série de reivindicações que incluem reajuste salarial, pagamento do piso do magistério, realização de concursos públicos e a revogação de medidas que, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), privatizam serviços essenciais da educação. A paralisação segue até quinta-feira, 12.

Professores aprovaram greve em assembleia geral (Divulgação/Sintepp)

À CENARIUM, a professora Sílvia Letícia da Luz, da coordenação estadual do Sintepp, afirmou que a categoria está há seis anos sem reajuste salarial e denuncia que o vencimento base de muitos trabalhadores da educação está abaixo do valor do salário mínimo.

Sílvia Letícia da Luz é coordenadora estadual do Sintepp (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)

“Estamos exigindo que o Estado proceda o reajuste de salário dos servidores, o pagamento do piso salarial do magistério, que o governo não pagou este ano, e o repasse da Gdae [Gestão Dinâmica de Administração Escolar], gratificação prevista no nosso plano de cargos e salários. Além disso, lutamos contra a substituição de professores por televisores nas escolas do campo e das comunidades quilombolas e indígenas. Isso é privatização do ensino público”, afirmou.

O movimento também atinge a rede municipal de Belém, com pautas semelhantes. O sindicato denuncia que mais de 60% dos servidores da educação da capital recebem menos que o salário mínimo no vencimento-base [R$ 1.044], e cobram a atualização do vale-alimentação, atualmente fixado em R$ 400. “É vergonhoso. Nós queremos que a prefeitura de Belém responda às demandas dos trabalhadores da educação”, disse Sílvia Letícia.

Manifestação

Durante os dois dias de greve, professores realizarão manifestações em pontos estratégicos da capital paraense. Nessa quarta-feira, 11, o ato ocorrerá às 9h, em frente à Casa Civil, em Belém, com a cobrança de uma mediação entre o governo estadual e o fórum de entidades representativas dos servidores. Na quinta-feira, 12, o protesto será na sede da Secretaria da Fazenda (Sefa), na Doca de Souza Franco.

Paralelamente, os trabalhadores da educação municipal se concentraram na sede da Secretaria de Governo (Segov), e, no dia 12, se reúnem em frente ao Palácio Antônio Lemos, sede da Prefeitura de Belém. A mobilização pretende unificar forças entre servidores estaduais e municipais, reforçando uma pauta conjunta contra o que chamam de “sucateamento dos serviços públicos”.

“Não queremos serviço público de padrão COP30 só para inglês ver. Queremos que os investimentos em saúde, educação e assistência social sejam permanentes. Somos o serviço público que atende na ponta, que cuida dos filhos e filhas dos trabalhadores paraenses, mas não somos tratados com o devido respeito”, criticou a dirigente do Sintepp.

A CENARIUM procurou a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e a Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Semec), mas até a publicação deste material não houve retorno. O espaço segue aberto para eventuais posicionamentos das pastas.

Leia mais: Mudanças em sistema de ensino no Pará preocupam professores: ‘Precário’
Editado por Jadson Lima

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