Profissionais da CENARIUM são finalistas do Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras 2025
Por: Fred Santana
17 de setembro de 2025
MANAUS (AM) – Quatro jornalistas que atuam na CENARIUM foram classificados para a etapa final da terceira edição do Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira. Os nomes dos profissionais foram anunciados por Jornalistas&Cia, que organiza a iniciativa em parceria com os sites Neo Mondo e 1 Papo Reto e com a Rede JP – Jornalistas Pretos. Entre os finalistas estão a coordenadora de redação da Rede de Comunicação, Adrisa De Góes; o editor de conteúdo, Jadson Lima; a social media Mari Furtado e o fotojornalista Ricardo Oliveira.
Os profissionais se somam a mais de 140 jornalistas de redação, 14 profissionais de imagem, 16 veículos liderados por jornalistas negros e outros 14 que se destacaram por coberturas em temas relacionados à justiça racial no Brasil. O segundo turno de votação começou nessa terça-feira e segue até o dia 30. Os votantes escolhem as preferências do primeiro ao quinto lugar, atribuindo pontuações que variam entre 50 e 100 pontos. Ao final, serão conhecidos os TOP 50 Jornalistas +Admirados do Brasil, além dos cinco mais votados nas categorias de Imagem/Vídeo e Veículos. Clique neste link para votar.
Para De Góes, estar entre os finalistas é uma forma de valorizar a trajetória coletiva dos povos negros na região. A profissional também avalia que o reconhecimento representa um posicionamento contra o apagamento histórico de vozes negras, frequentemente excluídas da cobertura jornalística, apesar da relevância para a compreensão da região e do Brasil como um todo.
“Ser indicada a este prêmio é, para mim, uma forma de reconhecer e dar visibilidade à diversidade dos povos negros que constroem a Amazônia em toda a sua riqueza e resistência. É também um gesto contra o apagamento histórico dessas vozes, que tantas vezes ficam à margem da cobertura jornalística, apesar de serem fundamentais para compreender a região e o País. É uma honra dividir esse espaço com colegas de redação e tantos outros profissionais que também lutam para ampliar essas narrativas”, declarou.
O editor de conteúdo, Jadson Lima, reforçou os desafios de exercer o jornalismo na Amazônia e destacou que a apresenta insegurança para comunicadores e sofre com a escassez de cobertura em áreas remotas, onde a desinformação é frequente. Mesmo diante dessas dificuldades, o profissional afirmou que a equipe segue produzindo conteúdo com base em critérios técnicos, como análise de documentos, relatos de fontes e checagem de informações.
“Fazer jornalismo na Amazônia, um local inseguro para profissionais da comunicação e marcado por um “apagão” de cobertura em muitos pontos remotos, onde a desinformação atinge níveis elevados, é um desafio ainda mais complexo. Ainda assim, seguimos produzindo conteúdo com o jornalismo técnico, baseado em documentos, relatos de fontes e informação checada. O reconhecimento que a indicação a este prêmio traz perante a sociedade nos impulsiona a continuar nesse caminho”, declarou.
Ocupação de espaços e reconhecimento
Já a social media Mari Furtado, destacou, após ser indicada ao prêmio, a importância da resistência diante dos obstáculos e enfatizou a necessidade de valorizar o que é produzido diariamente, reconhecer possibilidades de aprimoramento e seguir em frente com segurança. Mari também mencionou os desafios enfrentados por pessoas negras em diferentes ambientes e defendeu a continuidade do trabalho com base na crença na própria trajetória.
“Eu diria para sempre dar o melhor de si, em qualquer espaço — seja na carreira, em casa ou na vida pessoal. É importante ter consciência do valor do trabalho que fazemos todos os dias e também reconhecer que sempre há espaço para melhorar, sem que isso diminua a qualidade do que já entregamos. Ter segurança no que produzimos é fundamental. Como pessoas pretas, enfrentamos olhares que tentam nos diminuir, mas o que não podemos permitir é que isso nos paralise. Nossa força está em acreditar no que construímos e seguir em frente com confiança“, pontuou.
Para o fotojornalista Ricardo Oliveira, a indicação reflete um trabalho contínuo de documentação da realidade amazônica. Ele se referiu à fotografia como uma forma de crônica visual do tempo presente. “Esse reconhecimento se dá por trabalho e pesquisa em campo. Somos um cronista visual do nosso tempo. Se você quer que sua fotografia tenha densidade, você tem que ter densidade. Se você quer que sua fotografia tenha potencial transformador, você tem que ser transformador”, frisou o profissional.
A diretora-geral da CENARIUM, jornalista Paula Litaiff, celebrou a indicação dos profissionais da Rede de Comunicação e pontuou que o reconhecimento reforça o compromisso com a cobertura jornalística plural e técnica, feita a partir do território.
“A indicação dos nossos profissionais reforça o compromisso da CENARIUM com uma cobertura jornalística plural, técnica e profundamente conectada com a realidade da Amazônia. Esse reconhecimento nacional é reflexo do trabalho sério e da dedicação de quem está diariamente no território, dando visibilidade às histórias que ajudam a compreender o Brasil”, disse Litaiff.
Edições anteriores
Nos levantamentos anteriores, a CENARIUM também esteve representada. Em 2023, duas profissionais da rede foram finalistas: Ívina Garcia e Priscilla Peixoto. No ano passado, Priscilla voltou a figurar na lista, reforçando a presença da publicação amazônica na premiação. Agora, em 2025, a CENARIUM amplia a participação, com quatro indicações em diferentes frentes do jornalismo.
O Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira vem se consolidando como uma das principais iniciativas de valorização de profissionais negros no país, destacando nomes que contribuem para ampliar a representatividade e fortalecer as narrativas sobre justiça racial e diversidade na comunicação.