Profissionais de saúde do Amazonas alertam para alta contaminação de crianças por Covid-19

Durante a primeira onda não foi possível ter muitos casos em crianças pois elas eram mais assintomáticas (Divulgação/ André Coelho)

Victória Sales – Da Revista Cenarium

MANAUS – Em um dos seus piores momentos, Manaus sofre a segunda onda da pandemia causada pelo novo coronavírus. Mas, ao contrário do que muita gente imagina, o vírus atinge ainda mais as crianças do Estado. De acordo com informações do Serviço Social de um hospital da Zona Sul de Manaus, durante a primeira onda, o hospital recebeu poucas crianças com esse quadro.

De acordo com a assistente social Alessandra do Amaral, no momento atual é totalmente diferente. “Todos os dias, várias crianças e adolescentes dão entrada com sintomas que se aproximam daqueles da Covid-19 e aí tornou-se necessário abrirmos uma sala específica para atendimento de pacientes com problemas respiratórios”, destacou.

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Alessandra disse ainda que o cuidado com as crianças é extremamente necessário. “Os adultos [pais e responsáveis] precisam obedecer às regras de higiene [uso de máscara e álcool gel], distanciamento e isolamento social, para que não sejam contaminados e transmitirem para as crianças que estão em casa. Muitas das vezes, essas crianças que dão baixa no hospital pegam por meio dos próprios responsáveis”, ressaltou.

A enfermeira Maíra Suselle explicou que os responsáveis precisam manter alguns cuidados quando forem ter contato com a criança. “Manter o ambiente aberto para circulação do ar, evitar contato com pessoas infectadas, e também é de suma importância aos responsáveis, a lavagem correta das mãos e a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) ao entrar em contato com a criança, além de hidratação e alimentação correta”, disse.

Já para a enfermeira que esteve à frente durante a primeira onda, Caroline Silva, à época não foi possível ter muitos casos em crianças, pois elas eram mais assintomáticas.

“Durante a segunda onda já foi diferente, as crianças tiveram muito mais contato com pessoas infectadas, por isso os pais precisam adotar medidas de prevenção que já é instituído pelo ministério da Saúde e ao chegar em casa, chegar do trabalho ter hábitos de higienizar seus pertences como objetos pessoais, não compartilhar com a criança e praticar o isolamento social, não expor a criança e se resguardar neste momento”, contou.

Transferência

Durante esta sexta-feira,15, a secretaria de Estado da Saúde informou que iria transferir bebês prematuros internados nas maternidades públicas da capital amazonense para outros Estados, por conta da falta de oxigênio nos hospitais. Os bebês serão a partir da autorização dos pais e serão acompanhados por seus responsáveis nos voos.

O governo não informou a quantidade de bebês que serão transferidos, mas informou que técnicos da secretaria estão trabalhando no planejamento da logística de transferência. E além disso, os recém-nascidos passarão por avaliação clínica para saber se há condições para a transferência dos mesmos.

Manaus sem oxigênio

Na quinta-feira, 14, Manaus sofreu sem oxigênio hospitalar em virtude do aumento na demanda de casos da Covid-19 causada pela aglomeração de fim de ano. O consumo do material triplicou nos últimos dias e durante as últimas 24 horas, a cidade amazonense usou todo o estoque disponível para os próximos dez dias.

Com isso, o governo do Estado juntamente com o governo Federal começaram a transferir pacientes com casos moderados para outros Estados, entre eles: Maranhão, Piauí e Distrito Federal. Tanques de oxigênio chegaram na cidade durante a manhã desta sexta-feira, 15.

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