Programas de governo e de TV no foco das definições dos presidenciáveis no feriado


21 de abril de 2022

Na campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) já se discute, internamente, no feriado prolongado, as primeiras linhas do programa de governo que será apresentado ao eleitorado. A ideia é reunir propostas dos três partidos que formam a base de sustentação de Bolsonaro no Congresso: Republicanos, PL e PP, que devem contar com a contribuição do marqueteiro da campanha, Duda Lima. A coordenação é do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Em paralelo, o PL já prepara as inserções de TV que vão ao ar nas próximas semanas. Roteiros já feitos, a proposta é que as legendas aliadas priorizem a defesa do governo Bolsonaro.

Doria e Leite

Já o pré-candidato ao Planalto Eduardo Leite, em reunião com João Doria, pediu ao tucano paulista que ceda a ele oito das 28 inserções reservadas ao PSDB. Os filmetes serão exibidos na TV nas próximas semanas. Doria já contratou o marqueteiro Lula Guimarães para dirigir sua campanha. Leite busca baixar a temperatura da crise na sigla, que escalou com a saída do presidente do partido, Bruno Araújo, da coordenação da campanha de Doria. A reunião foi cordial, mas não põe fim à disputa. Enquanto isso, na CNN, Aécio Neves pede “grande gesto” de Doria para ceder lugar a Leite.

Lira articula no feriado MP 1076

O Palácio do Planalto conta com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para resolver a votação da MP 1076, que estabeleceu R$ 400 para o Auxílio Brasil em pleno ano eleitoral. Segundo fontes palacianas, Lira está trabalhando em consonância com o governo nas orçamentárias ou nas votações. O presidente da Câmara já avisou que pretende colocar a matéria em votação na próxima semana. O governo ainda não chegou a uma solução para a questão, mas colocou toda sua articulação política – capitaneada por Ciro Nogueira – para garantir a manutenção dos R$ 400. “Essa é a missão (dos ministros da articulação)”, resumiu a fonte. As conversas devem seguir ao longo do feriado.

Tabela IR

Outro item do pacote de bondades de Bolsonaro que segue fora das discussões técnicas na equipe econômica é a correção da tabela do Imposto de Renda das pessoas físicas. A medida tem forte impacto fiscal, pois reduziria a arrecadação. Se a decisão política for tomada, é preciso calcular as consequências para a execução orçamentária. Os que defendem o cumprimento da promessa olham para os benefícios à reeleição de Bolsonaro e pressionam para que a correção seja determinada o mais rapidamente possível.

PF na pressão

Fontes que participam da negociação pela reestruturação das três carreiras policiais estão inconformadas, mas seguem a pressão para convencer Bolsonaro a cumprir promessa feita no fim do ano passado. Criticam a oposição do ministro da Economia, Paulo Guedes, mas acreditam que podem vencê-lo. No fim do ano passado, conseguiram convencer o presidente e o relator da lei orçamentária, Hugo Leal (PSD-RJ), a contrariarem Guedes com a inclusão da previsão de R$ 1,7 bilhão para reajustes de funcionários públicos. Bolsonaro não confirmou que dará 5% de reajuste ao funcionalismo, mas há quem aposte que a ideia não prospera.

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