Projeto ajuda no reencontro de mães e filhos em qualquer lugar do mundo


Por: Cenarium*

14 de janeiro de 2025
Projeto ajuda no reencontro de mães e filhos em qualquer lugar do mundo
Membros da Instituição Pessoas Desaparecidas Brasil e Holanda (PDBeH) (Divulgação)

MANAUS (AM) – A Instituição Pessoas Desaparecidas Brasil e Holanda (PDBeH) estará ao Brasil, mais uma vez, para realizar a quarta edição do projeto “DNA Mães do Brasil”, onde serão oferecidos kits de cadastramento para Banco de Dados Internacional. O cadastro será realizado no auditório da Secretaria do Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) do Amazonas, nos dias 16, a partir das 15h, e 17 de janeiro, a partir das 9h.

Podem participar da coleta mães que deram seus filhos para adoção, que não sabem o paradeiro desta criança e que gostariam de encontrar esse(a) filho(a) mas não sabem por onde começar a procurar. Para Anna Catharina, diretora do PDBeH, esse é o meio mais eficaz de realizar encontro entre famílias.

Mulheres participantes do projeto ‘DNA Mães do Brasil’ (Divulgação)

O cruzamento de dados genéticos é 100% confiável, preciso e entrega resultados mensalmente. É uma forma de descobrirmos parentescos sem precisar procurar in loco, onde estão essas famílias. Uma vez cadastrada, uma mãe tem a chance de encontrar quem procura, caso essa pessoa procurada também esteja inserida no Banco”, disse.

Anna Catharina afirmou ainda que o projeto chegou a essa conclusão após trabalho de pesquisa, onde foi descoberto que mais da metade dos filhos adotados, que moram fora do Brasil, já são cadastrados no Banco de Dados Internacional.

A gente percebe que há um interesse por parte dos filhos de saber algo sobre sua família biológica e é por isso que eles buscam esse cadastramento. Mas por que, então, que eles não encontram suas famílias? É simples! Uma vez que vivem na Europa, esses filhos adotados conseguem pagar para estar cadastrados, não é a realidade das mães no Brasil, então é uma espera em vão”, declara a presidente.

Por esta razão que, em 2022, o PDBeH criou o projeto que oferece kits de cadastramento as mães que querem participar dessa coleta de forma gratuita. Em 2023, o PDBeH esteve nos Estados de São Paulo, Paraná e Ceará, onde cadastraram aproximadamente 90 mulheres.

Vale ressaltar que a Instituição recebe, constantemente, pedidos de ajuda, vindo de mães brasileiras, para que possamos encontrar seus filhos e esses 3 primeiros estados mencionados, são as maiores demandas”, declarou Sônia Memória, representante da ONG no Brasil.

Para a jornalista do PDBeH, Priscila Serdeira, o compromisso da ONG é realizar o sonho de mulheres que, por algum motivo, foram obrigadas a dar seus filhos, de ter a oportunidade de saber como seu filho está e de se redimir pelo tempo passado.

Ao longo das coletas, eu ouvi histórias de cortar o coração. Mulheres sem apoio para criarem seus filhos, que se sentem culpadas pelo acontecimento do passado, sonham ver, abraçar e pedir perdão. Eu pude ver em seus olhos a tristeza e o remorso acumulado há anos, acompanhado sempre de uma narrativa que explica essa doação”, lembra a jornalista.

DJ amazonense não perde a esperança de encontrar mãe

Alfredo Kempen é um desses filhos que desde a adolescência busca qualquer pista sobre sua família de sangue. O rapaz de 36 anos nasceu na cidade de Manaus, em 1988, e naquele mesmo ano foi adotado por uma família holandesa e levado para a Holanda, onde viveu toda sua vida. O rapaz esteve em Manaus em 2016 na tentativa de descobrir quem era sua mãe biológica, realizou cerca de 16 exames de DNA e todos os resultados deram incompatíveis.

Cadastrado em um Banco de Dados Internacional, Kempen ainda tem esperança de localizar algum parente, algum dia: “É uma esperança que não morre. Eu já havia desistido de encontrar minha mãe após muita procura durante longos três anos vivendo em Manaus. Eu desisti de procurar e apostei minhas fichas no sistema internacional de cruzamento de dados, onde estou cadastrado à espera de algum parente aparecer por lá”, desabafou.

Kempen nasceu no Hospital São José, no ano de 1988, e o que se sabe é que, enquanto recém-nascido, teve a clavícula quebrada, durante o trabalho de parto. Ele foi entregue a uma enfermeira e passou algumas semanas morando na casa de Dona Tereza Sobreira, no conjunto Morada do Sol, no bairro Aleixo. O senhor holandês conhecido como Frei Fulgencio foi o responsável pela entrega do menino ao casal holandês.

(*) Com informações da assessoria

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