Projeto Aurora leva Ciência ao público por meio de ilustrações nas redes sociais

Ilustrações do Projeto Aurora costumam ensinar de forma simples e encantando crianças e adultos (Arte/Divulgação Projeto Aurora)

Alessandra Leite – Da Revista Cenarium

MANAUS – Apreensivo com os cortes contínuos no orçamento brasileiro para Educação, Ciência e afins e com a desinformação viralizando nas redes sociais, o ilustrador Lucas Orfei, então acadêmico da Universidade Federal do ABC Paulista (UFABC), decidiu fazer algo para contribuir com a mudança da realidade ao seu redor.

A partir de então, ele criou o projeto Aurora com o intuito de divulgar ciência de um jeito diferente, dinâmico e com muito colorido: por meio de ilustrações. “Fiquei muito preocupado com os cortes no orçamento brasileiro para nossa área e o crescimento da desinformação nas redes sociais e afins, então resolvi fazer algo a respeito e criei a Aurora. Minha ideia inicial era criar um espaço para que os professores e alunos se sentissem à vontade para tratar qualquer tema científico para que nós pudéssemos divulgar na rede Aurora, de modo a ter um alcance maior”, relembra.

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Usando seu talento para ilustrar, o acadêmico de Física levou essa habilidade para o projeto com a intenção de também chamar a atenção nas redes sociais, valendo-se dos desenhos acompanhados de textos mais didáticos sobre qualquer tema relacionado à Ciência, dos mais simples, presentes no cotidiano de todos, desde como reagir a uma panela em chamas, aos mais complexos, como a existência de um buraco negro no universo. “Começamos então a chamar alunos da UFABC pelos mesmos grupos do Facebook e agora temos discentes de outras universidades, como UFMG (Minas Gerais), UFS (Sergipe), UFPR (Paraná) e USP (São Paulo). Somos hoje um grupo nem diverso e tratamos de vários temas, sempre tendo em vista passar algum conceito científico”, explica Lucas.

O nome do projeto, segundo a mestranda em Física e criadora de conteúdo no projeto Aurora, Iara Lima dos Santos, faz referência à visão que o astrônomo e famoso divulgador científico, Carl Sagan, fez ao comparar ciência a uma vela na escuridão.

No livro “O mundo assombrado pelos demônios” tem um ditado popular logo nas primeiras páginas: “é melhor acender uma vela que praguejar contra a escuridão”. O autor, conforme os idealizadores do projeto, faz um paralelo da vela com a ciência, como se a ciência fosse uma luz que iluminaria a escuridão e obscurantismo. “Peguei essa ideia e trouxe o nome Aurora, que remete à luz”, conta Lucas Orfei.

Para Iara, a ideia é ampliar ainda mais o público do Aurora, de modo a alcançar pessoas fora das universidades. “Mas ainda estamos trabalhando para fazer isso da melhor maneira possível. Divulgar trabalhos científicos dentro das universidades para um público mais geral é uma parte importante do projeto. Chamamos esses posts de linhas de pesquisa”, explica.

Quanto à criação dos temas, Iara relata que há bastante liberdade na produção dos conteúdos.

Entrevistas em vídeos por causa da pandemia

Atualmente, segundo a criadora de conteúdo, além dos posts e ilustrações, há a publicação de vídeos com entrevistas, em função da pandemia. O intuito, contudo, no futuro pós-pandêmico, é mostrar os laboratórios e a área de trabalho dos pesquisadores. “Temos também um jornal Club, em geral com periodicidade quinzenal, no qual alguém do projeto apresenta um artigo sobre divulgação científica para os membros da Aurora, mais o público que estiver interessado. Essa parte de vídeos ficou bem de lado por conta da pandemia. No começo de 2020, entraram alguns alunos interessados em produzir esses vídeos, porém a ideia era fazer de forma presencial. Agora estamos fazendo no formato online mesmo e deve sair em alguns meses”, relata.

Outra ideia que está em vigência, de acordo com Iara, é a produção de vídeos animados usando as ilustrações dos participantes do projeto.

Aurora iniciou e continua sendo um projeto de extensão da UFABC, ajudado por alguns professores que gostam da iniciativa, com parte do projeto é financiado por um site de financiamento coletivo chamado “Padrim”, onde o público de um modo geral pode ajudar financeiramente. Segundo Orfei, alguns métodos estão sendo reformulados para que os apoiadores possam ter recompensas.

Para conhecer mais sobre o projeto Aurora, é possível segui-los pelas redes sociais Facebook, Instagram com o @aurora.ufabc e pelo canal do Youtube.

Os integrantes do projeto Aurora ainda não realizaram ações presenciais para respeitar às medidas de contenção do novo Coronavírus, limitando-se a difundir as ações por meio das redes sociais.  

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