Projeto sobre medicina cabocla de professora amazonense é selecionado por programa britânico

O projeto foi idealizado pela professora de Biologia Márcia de Castro Gomes. (Eduardo Cavalcante/ Seduc-AM)
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – O projeto “Revitalizando a História no Jardim do Instituto de Educação do Amazonas (IEA): um olhar sobre a medicina cabocla”, idealizado pela professora de Biologia Márcia de Castro Gomes, foi selecionado para participar do programa britânico “Mulheres na Ciência”, da organização internacional British Council, do Reino Unido. A iniciativa da educadora de Manaus foi classificada para receber apoio técnico e financeiro na segunda “Chamada Garotas STEM: Formando futuras cientistas“.

O programa, realizado em parceria com a Fundação Carlos Chagas, incentiva projetos já desenvolvidos, há pelo menos dois anos, em escolas, universidades, museus de ciência e organizações sociais que tenham como objetivo a inclusão de garotas nas áreas das ciências exatas e naturais, engenharias e computação. Ao todo, 30 projetos, em todo o Brasil, foram selecionados pela iniciativa, sendo o de Márcia o único do Amazonas.

Ao todo, 30 projetos, em todo o Brasil, foram selecionados pela iniciativa, sendo o da professora Márcia como o único do Amazonas (Reprodução)

“Fiquei muito feliz, porque somos o único do Amazonas. É uma honra e gratificante você ver o projeto dando frutos e, principalmente, nessa busca das meninas, mulheres, ocuparem esse lugar que historicamente nos foi tirado, infelizmente. Costumo dizer que é uma reparação histórica”, declarou a professora Márcia Gomes à REVISTA CENARIUM.

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Veja também: ‘Precisamos revitalizar nossa história’, diz vencedora do prêmio ‘Pesquisador Ciência na Escola’, no AM

Criado em 2019, o projeto da professora da rede estadual busca revitalizar a história do instituto por meio do conhecimento tradicional com as plantações. O projeto reformou uma horta medicinal na escola centenária de Manaus, como forma de unir ciência e tradição para evitar o esquecimento das riquezas naturais da floresta e garantir o conhecimento desse bem entre os alunos. Em 2021, a iniciativa foi uma das vencedoras no prêmio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

À época, Márcia Gomes contou que, em dois anos de implementação do projeto, o objetivo foi alcançado: fazer o encontro do presente com o passado, para valorizar a cultura amazônica, num momento de pandemia e em que o mundo mais precisou da atuação da medicina.

“É com muita alegria, gratidão e honra que, mais uma vez, mostrarmos que, apesar das nossas dificuldades, com a nossa dedicação e criatividade, Deus vem nos abençoando e conseguimos mais esse mérito para a nossa instituição e nosso trabalho. Fico mais feliz por ver as minhas alunas alçando voos maiores”, celebrou a professora.

Garotas STEM

O Garotas STEM (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) tem como objetivo estimular a participação e formação de garotas para carreiras em áreas científicas e tecnológicas no País, com um aporte financeiro de até R$ 15 mil, que pode ser solicitado por cada um dos projetos selecionados. Além do apoio financeiro, as iniciativas receberão treinamento em ensino de ciências e sua interlocução com as discussões de gênero e raça.

De acordo com a instituição, as atividades de treinamento serão ministradas pelo STEM Education Hub – uma parceria entre o King’s College London e o British Council para a promoção da cooperação entre Brasil e Reino Unido nas frentes de pesquisa, formação e inovação. A vigência do financiamento e implementação dos projetos começa neste mês de abril e termina em dezembro de 2022.

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