Projeto ‘Tocando a Alma’ leva música como forma de terapia a pacientes de unidades de saúde de Manaus

As atividades do grupo estavam suspensas desde o ano passado (Divulgação)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – O projeto ‘Tocando a Alma’, desenvolvido pelo Abrigo Moacyr Alves, retorna nesta quarta-feira, 12, com as apresentações musicais em unidades de saúde de Manaus, no Amazonas. As atividades do grupo estavam suspensas desde o ano passado, por conta das restrições causadas pela pandemia do novo coronavírus e visam levar música como forma de terapia a pacientes internados em hospitais da capital.

“A proposta é levar a música por meio de uma forma terapêutica aos pacientes. Me sinto realizado em participar do projeto, eu sempre posso dizer assim: ‘fazer o bem sempre faz bem’. Não sou só eu que se sente realizado, como todos os músicos, pois a gente toca a alma do paciente e eles recebem bem a música”, contou o maestro Mário Fernandes, de 52 anos.

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A iniciativa surgiu em 2019 com a proposta de amenizar a dor por meio da música. Nesta segunda-feira, 10, o maestro Mário Fernandes falou à REVISTA CENARIUM que o projeto também surge com o objetivo de levar esperança aos pacientes que se encontram nas unidades hospitalares.

Músicos do projeto ‘Tocando a Alma’ (Divulgação)

“Para mim, ver o despertar, a reação do paciente, enquanto estamos nos apresentando, é o mais incrível. Logo no início, não tínhamos acesso aos hospitais, pois eles batiam as portas, pensavam que a gente não era preparado. Logo, eles começaram a aceitar, conseguimos espaço nas UTIs [Unidades de Terapia Intensiva]”, destacou.

À época do nascimento do projeto, lembra o maestro, uma das apresentações do grupo era no Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, em Manaus, onde a mãe dele estava hospitalizada para tratar o câncer. “Meu sonho era levar esse projeto lá para a minha mãe ver. Estreamos num sábado, em outra unidade de saúde. No dia seguinte eu iria para o João Lucio fazer essa supressa para ela. Mas, na metade da apresentação de estreia, a diretora do hospital me ligou e disse: ‘maestro, sua mãe acabou de nos deixar'”, lembrou.

Nesse dia, continua Mário, ele encerrou a apresentação, guardou os instrumentos musicais e seguiu em direção ao hospital onde a mãe estava. “Ela me deu força e motivação para ser músico. Quero seguir levando a música para tocar a alma e o coração das pessoas”, concluiu.

‘Tocar na alma’

O maestro Mário Fernandes trabalha com música há mais de 30 anos, onde tem formação acadêmica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele lembra que, mesmo com a longa experiência, a cada apresentação é uma emoção diferente. Segundo ele, o projeto também ajuda os pacientes a se recuperarem mais rápido.

“Todas as apresentações são um desafio. Antes da pandemia, fazíamos apresentações com mais frequência. Em uma delas, teve uma criança que estava em coma há umas duas semanas, a mãe dela cantava emocionalmente com a gente e de uma hora para outra o menino sentou, despertou e todo mundo se emocionou. A música toca na alma deles”, lembrou Mário.

A apresentação do grupo, que tem a participação de 12 integrantes, conta com um repertório eclético e próprio para o momento, composto por músicas do gênero MPB, flash back, pagode, boi-bumbá, natalinas, infantis, entre outros estilos. Por conta da pandemia, todos os cuidados necessários com relação à prevenção da Covid-19 são tomados, como o uso de máscara, álcool em gel.

Confira o cronograma de apresentações:

  • Uma apresentação especial acontecerá no dia 12 de maio, às 15h, no Serviço de Pronto-Atendimento da Zona Sul e no Hospital e Pronto Socorro Dr Aristóteles Platão Bezerra de Araújo às 18h, em homenagem ao Dia do Enfermeiro.
  • No dia 20 de maio, às 15h, o Projeto Tocando a Alma realizará uma apresentação alusiva ao Dia do Técnico de Enfermagem, direcionada aos pacientes e funcionários do Hospital e Pronto-Socorro Dr Aristóteles Platão Bezerra de Araújo.

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