‘Projeto TransOdara’ bate meta em número de consultas a pacientes transexuais e travestis

O projeto foi realizado no ambulatório de Diversidade Sexual da unidade de saúde, localizada no bairro Cachoeirinha, zona sul de Manaus, e ultrapassou a meta inicial de atendimento (Herick Pereira/Secom)

Com informações da Agência Brasil

MANAUS – Nesta sexta-feira, 30, a Policlínica Codajás chegou à fase final do “Projeto TransOdara”, que tem como objetivo realizar pesquisas e auxiliar no tratamento para doenças sexualmente transmissíveis (DST) de pacientes transexuais e travestis. O projeto foi realizado no ambulatório de Diversidade Sexual da unidade de saúde, localizada no bairro Cachoeirinha, zona sul de Manaus, e ultrapassou a meta inicial de atendimento.

Com objetivo de construir uma rede de pesquisa, para verificar a prevalência de Sífilis e de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST´s) e, assim, compreender os significados atribuídos a essas doenças em travestis e mulheres trans (TrMT), o projeto, iniciado em novembro de 2020, é fruto da parceria entre o Governo do Estado do Amazonas, Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, atendendo outras 5 capitais brasileiras.

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Em Manaus, a atuação acontece na Policlínica Codajás e funciona de segunda a sexta-feira, a partir das 13h com horário marcado, para que não haja demora no atendimento. Inicialmente, a expectativa era de que cerca de 300 pacientes fossem atendidos. No entanto, ao final do último dia de projeto a marca foi superada e alcançou 346 mulheres.

“O balanço que nós fazemos é que foi um sucesso total. Houve uma participação muito grande das mulheres trans e travestis. Então é um sucesso total”, avalia Rita Bacuri, pesquisadora da FioCruz e coordenadora do projeto em Manaus.

Serviço 

Foram oferecidos os serviços de consulta médica, exames ginecológicos, ultrassonografia, mamografia, exames laboratoriais, vacinas e testagem para o vírus HIV e outras ISTs, todos de maneira gratuita. 

De acordo com o diretor da unidade de saúde, Rainer Figueiredo, todas as pacientes atendidas pelo projeto vão permanecer sob os cuidados da Policlínica Codajás, mesmo após o fim do TransOdara, graças ao ambulatório transexualizador, que desde 2017, é o único laboratório do Amazonas a realizar hormonização de portas abertas para a população LGBTQI+.

“Todos eles são assistidos com o médico, psicólogos, médicos especialistas, para que eles consigam ter esse acompanhamento para fazer essa transição e essa parte hormonal também”, diz o diretor. 

Ato 

Ainda nesta sexta, as pacientes atendidas realizaram no local um ato simbólico com balões nas cores rosa e azul, representando a finalização da pesquisa na Policlínica Codajás. A celebração contou ainda com um brechó solidário, onde participantes do projeto e outros colaboradores doaram e trocaram roupas e acessórios de moda.

Para a presidente-interina da Associação de Travestis, Transexuais e Transgêneros do Amazonas (Assotram), Michele Lima, o ato é uma forma de comemorar a atenção que o Estado, por meio do projeto, vem dando para a comunidade LGBTQI+, garantindo um acesso a atendimento básico de qualidade para mulheres trans e travestis.

“Eu acho que é um projeto extremamente importante, ainda mais nos tempos complexos e pandêmicos que a gente vive. É um projeto que se instala em plena pandemia, com altos e baixos obstáculos. A importância do projeto, como tantos outros projetos, é visar a nossa inserção dentro do campo da saúde”, avaliou.

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