Protestos contra Bolsonaro pedem impeachment e avanço na vacinação

(Pablo Jacob/Pablo Jacob)

Com informações do O Globo

BRASÍLIA, RIO – Milhares de manifestantes foram às ruas na manhã deste sábado em Brasília e mais 14 capitais brasileiras para protestar contra o governo Bolsonaro. Os atos pedem o impeachment do atual presidente da República e o avanço da vacinação em meio a críticas à gestão da pandemia no Brasil, que se aproxima da marca de 500 mil mortes por Covid-19.

Os protestos, convocados por entidades e movimentos sociais, contam com respaldo de partidos políticos e centrais sindicais. As manifestações estão programadas para ocorrer ao longo do dia em quase 400 cidades em todos os Estados brasileiros. Até 12h, havia atos em capitais como Rio de Janeiro, Recife, Goiânia e Cuiabá. Em São Paulo, Manaus e Salvador, eles estão previstos para a tarde. No exterior, grupos também se mobilizam em dezenas de países, entre eles Estados Unidos, Alemanha, Portugal e Áustria.

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Apesar das orientações dos organizadores para respeitar o distanciamento social, aglomerações foram registradas nesta manhã, a exemplo do ocorrido nos atos do último dia 29, que também miravam o governo. A recomendação é que os manifestantes usem máscara e levem álcool em gel.

Rio de Janeiro

No Rio, a concentração começou por volta das 10h no Monumento a Zumbi dos Palmares, na Avenida Presidente Vargas. Três das quatro faixas da via foram paralisadas para a concentração das pessoas que protestavam, entre a Avenida Marquês de Sapucaí e a Rua de Santana.

Mesmo usando máscaras de proteção, os manifestantes não conseguiram manter o isolamento social. Os organizadores, em três carros de som, reforçam as medidas de prevenção.

Por volta do meio dia, os manifestantes já ocupavam os entornos da Candelária, ponto final da passeata, que se estendia até a Central do Brasil. Nos carros de som, os organizadores comemoraram o aumento na adesão ao protesto quando comparado ao do dia 29 de maio e prometeram novos atos.

Além das reivindicações sobre a pandemia, houve manifestações contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, a campanha de privatizações do governo federal e à repressão sobre indígenas que se manifestavam em Brasília, nesta semana.

Brasília

Em Brasília, manifestantes reuniram-se na Esplanada dos Ministérios. A principal mensagem foi o grito de “Fora Bolsonaro”. Uma concentração foi feita a partir das 9h em frente ao Museu Nacional. A partir das 10h,os manifestantes andaram até o gramado que fica na frente do Congresso Nacional, onde foram colocadas grades de proteção.

Uma grande faixa verde e amarela foi exposta, dizendo “Fora Bolsonaro”, “490 mil vidas perdidas” e “Brasil em luto”. A marca de 500 mil óbitos causados pela pandemia de Covid-19, que deve ser ultrapassada nas próximas horas, também foi lembrada em diversos cartazes levados pelos presentes. 

Organizadores orientaram os participantes a manter distanciamento e colocaram faixas no gramado para indicar a distância ideal, mas a recomendação não foi cumprida por todos. A maioria dos presentes, no entanto, utilizava máscaras do tipo PFF2, consideradas de melhor qualidade contra o coronavírus.

Parlamentares de esquerda estavam presentes e discursaram no carro de som, como as deputadas federais Erika Kokay (PT-DF) e Talíria Petrone (PSOL-RJ). Às 12h20, os manifestantes fizeram o caminho de volta, em direção à Rodoviária, e dispersaram a partir de 12h50. Organizadores estimaram em 40 mil o número de presentes. A Polícia Militar não divulgou estimativa.

Um grupo de religiosos levou uma faixa que dizia “Evangélicos pelo Fora Bolsonaro”. Camila Mantovani, que trabalha em uma ONG ambientalista, afirmou que a ideia é mostrar que o grupo não é um bloco único que apoia o governo, como ela acredita que alguns fazem parecer. 

“A ideia é tentar aglutinar mais pessoas evangélicas que também estão contrariadas. Entendo que os evangélicos são plurais, diversos e multiplica, como a própria população brasileira”, afirmou 

A estudante de arquitetura Helena Bustamanete levou um cartaz com uma ilustração de um vídeo do humorista Esse Menino, que fez sucesso ao representar as tentativas de contato da farmacêutica Pfizer com o governo brasileiro para tentar vender vacinas contra a Covid-19. Ela esteve no último protesto contra o governo, realizado no dia 29 de maio, e considerou que esse foi maior e mais diverso.

“A gente está aqui pelo direito de protestar contra um governo que não fez absolutamente nada pela gente nos últimos dois anos”, disse, criticando as políticas ambiental e educacional. “Hoje está bem maior e bem mais diverso também. Cada vez mais gente aderindo”, disse. 

Já a funcionária pública aposentada Mônica Roque, de 71 anos, levou uma faixa falando da “geração 68”, em referência a manifestações contra a ditadura militar realizadas em 1968.

“90% dos que vem para a manifestação são jovens. (A ideia) é rememorar para eles o que foi 68”, destacou. 

Indígenas que estão acampados em Brasília nos últimos dias para protestar contra um projeto que altera regras de demarcação de terras juntou-se ao protesto.

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