Protestos contra exploração de petróleo na Foz do Amazonas marcam reunião da Parlamaz

Projeção, em Belém, alerta para exploração de Petróleo (Divulgação/Purpose Brasil)
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS – Representantes de movimentos populares Observatório do Marajó e do Instituto Mapinguari, com apoio da Purpose Brasil, denunciam os riscos da Petrobras explorar petróleo da Foz do Amazonas durante Assembleia do Parlamento Amazônico (Parlamaz), em Belém, no Pará, que discute sobre conservação e desenvolvimento sustentável. Os protestos iniciaram na terça-feira, 25, e acontecem até esta quarta-feira, 26, que é quando termina o evento.

A iniciativa visa alertar os parlamentares sobre os riscos de vazamento de petróleo, que podem comprometer ativamente a vida de ribeirinhos e indígenas da região, prejudicando, principalmente, a alimentação e o cotidiano das comunidades. Com cartazes e projeções em prédios, o coletivo de ativistas questiona: “Energia limpa é oceano morto?”.

Projeção, em Belém, alerta para exploração de petróleo (Divulgação/Purpose Brasil)

Nossos recifes estão ameaçados pela exploração de petróleo na foz do Amazonas. Exigimos da Petrobras um estudo atualizado e integrado antes da perfuração. Avaliação já!” Estampa uma das projeções. Os cartazes pedem, principalmente, uma avaliação de impacto da área sedimentar.

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A manifestação se une a pedidos de outras Organizações Não Governamentais (ONGs), pela não autorização da extração de petróleo. No início de abril, 80 organizações enviaram um ofício endereçado ao Ministério de Minas e Energia, Relações Exteriores, Pesca e Aquicultura, Povos Indígenas e Meio Ambiente e Mudança do Clima. Além da própria Petrobras, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Projeto da Petrobras de exploração de petróleo coloca em risco comunidades ribeirinhas (Divulgação/Purpose Brasil)

Na justificativa, eles explicam haver “risco gravíssimo” caso seja autorizada a perfuração de novos poços em busca de petróleo, além de pontuar que o pedido de licenciamento ambiental possui “lacunas e fragilidades que comprometem uma análise robusta do Ibama”. Os ativistas também pontuam que deve haver uma avaliação ambiental adequada, multidisciplinar e com a participação da comunidade.

Parlamaz

A assembleia conta com a presença de representantes da esfera estadual e federal, como o governador do Pará, Helder Barbalho, a vice-governadora, Hana Ghassan Tuma, e os deputados federais Nelson Trad Filho (PSD/MS), presidente da Parlamaz, a deputada federal e vice-presidente da Parlamaz, Socorro Neri (PP-AC), e o recém-membro do Parlamento Amazônico, General Pazuello (PL-RJ). Além dos membros nacionais, o parlamento conta com representantes de países que fazem parte da bacia Amazônica como Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.

Leia também: Deputado pelo Rio de Janeiro, Pazuello passa a integrar o Parlamento Amazônico

O senador Nelsinho Trad afirma que Belém foi escolhida para sediar o evento após se tornar destaque internacional na luta a favor do meio ambiente. “Belém está na alça da mira para poder sediar a COP e nós estamos torcendo muito por isso. Terá aqui a Cúpula dos Países da Amazônia [em agosto], e tem, por meio do seu povo, uma particularidade muito forte, eles sabem receber”, afirma Trad.

A reportagem da REVISTA CENARIUM tentou contato com a Petrobras, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno.

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