Protestos expõem deputados que votaram pela PEC da Blindagem
Por: Fred Santana
23 de setembro de 2025
No último domingo, 21 de setembro, milhares de manifestantes ocuparam as ruas de diversas cidades do Brasil em protesto contra a aprovação da chamada “PEC da Blindagem” e a tramitação em regime de urgência do “Projeto de Lei da Anistia“. As medidas foram votadas na Câmara dos Deputados e, rapidamente, geraram forte reação popular. Parlamentares que apoiaram as propostas passaram a enfrentar constrangimento público e críticas intensas, que se espalharam tanto nas redes sociais quanto nas manifestações presenciais.
A PEC da Blindagem prevê que a Câmara e o Senado tenham poder para autorizar ou barrar investigações contra seus próprios integrantes, enquanto o PL da Anistia propõe o perdão total a participantes e articuladores dos atos de 8 de janeiro de 2023. A intenção, vista por analistas como uma tentativa de agradar setores da direita e blindar parlamentares de futuros escândalos, acabou produzindo efeito contrário: a mobilização popular mostrou resistência e rejeição imediata.
O impacto político foi rápido. Já na segunda-feira, no Senado, senadores indicaram que a PEC dificilmente passará pela Comissão de Constituição e Justiça, e a ideia de uma “anistia ampla e irrestrita” também perdeu força. Para especialistas, os protestos deixam um recado claro: deputados que votaram a favor das medidas podem ter comprometido suas chances de reeleição em 2026. Em um país ainda marcado pela memória da Operação Lava Jato, a mensagem das ruas promete ecoar por algum tempo.
