Próximo presidente da República deve escolher novo indicado para vaga no Superior Tribunal de Justiça


09 de agosto de 2022
Próximo presidente da República deve escolher novo indicado para vaga no Superior Tribunal de Justiça
O presidente Jair Bolsonaro, em cerimônia no Palácio do Planalto (Reprodução/AFP)
Com informações do Infoglobo

BRASÍLIA – O Superior Tribunal de Justiça (STJ) deve deixar para o próximo presidente da República a escolha do indicado para a vaga que será aberta no final do mês, com a aposentadoria compulsória do relator da Lava Jato, na Corte, ministro Felix Fischer.

Fischer integra a Quinta Turma do STJ, um dos dois colegiados do tribunal especializado em questões penais. Ele completa 75 anos neste mês, o que o obriga a se aposentar.

Mas o processo de escolha do substituto só deve ser destravado pela Corte no ano que vem, deixando o desfecho nas mãos do presidente que vencer as eleições deste ano. Essa é a opinião unânime de sete ministros do STJ.

“Melhor aguardar o resultado das eleições”, resumiu um ministro. Outro explicou que a ideia é evitar que a disputa eleitoral interfira na escolha e provoque desgaste à Corte, como já ocorreu na última escolha de ministros.

A última disputa por vagas de ministro do STJ foi marcada por lobby, duelos de padrinhos e intrigas nos bastidores.

Uma das vagas, inclusive, estava aberta desde dezembro de 2020, mas a lista para indicar seu sucessor só foi definida pelo STJ em maio. Bolsonaro, a quem cabia dar a palavra final, só anunciou seus escolhidos na semana passada.

Além de ter sido o relator da Lava Jato, o ministro Felix Fischer também relatou o caso das rachadinhas de Flávio Bolsonaro.

No caso mais importante da Lava Jato avaliado na Corte, o da ação penal do triplex do Guarujá, a turma confirmou, por unanimidade, o voto de Fischer de manter a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas reduzindo sua pena de 12 anos e 1 mês de prisão para 8 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão.

Já no processo envolvendo o filho de Bolsonaro, Fischer perdeu a votação, na turma, que acolheu os recursos da defesa do senador e anulou quebras de sigilo fiscal e bancário, além de decisões de primeira instância.

A vaga do Fischer é destinada a advogados indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e faz parte do chamado “Quinto Constitucional”. Pelas regras do STJ, um terço dos ministros deve ter origem na Justiça estadual, um terço na Justiça Federal e um terço deve ser dividido entre advogados e membros do Ministério Público

No caso de Fischer, o processo de preenchimento da vaga vai passar por duas etapas: na primeira, a OAB fará uma votação interna para definir uma lista com seis nomes de advogados, que será encaminhada ao STJ. Pela dinâmica da OAB, a escolha da lista sêxtupla deve levar ao menos 60 dias.

O processo de escolha do novo ministro deve estacionar na etapa seguinte, que se dá no STJ. Cabe ao tribunal afunilar a lista e reduzi-la a três nomes para encaminhar ao crivo do chefe do Executivo – mas, como não há prazo legal para isso, a Corte deverá esperar a eleição e a posse do novo presidente para enviar os três nomes ao Planalto.

A OAB informou que “em respeito ao Judiciário e a seus integrantes, não tece conjecturas sobre cadeiras que não estejam vagas nos tribunais”.

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