PSDB decide discutir impeachment de Bolsonaro, após atos de 7 de setembro

Presidente Jair Bolsonaro (REUTERS/Adriano Machado)

Com informações do Infoglobo

BRASÍLIA – Após o presidente Jair Bolsonaro renovar as ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF) durante os atos deste 7 de setembro, o presidente do PSDB, Bruno Araújo, decidiu convocar reunião da Executiva nacional do partido para discutir o apoio à  eventual abertura de impeachment de chefe do Executivo.

Será a segunda sigla de centro a se mostrar disposta a encampar um dos pedidos de afastamento do presidente da República.

PUBLICIDADE

Em nota, Bruno Araújo considerou como “gravíssimas” as declarações de Bolsonaro. Durante o discurso, o presidente voltou a adotar tom de intimidação e mandar recados ao STF.

Sem citar nomes, Bolsonaro afirmou que “uma pessoa específica” da Praça dos Três Poderes, onde fica a sede da Corte, não pode continuar “barbarizando”.

Nos últimos dias, o presidente  tem direcionado seus ataques ao ministro do tribunal Alexandre de Moraes, relator de duas investigações envolvendo o presidente.

“Não mais aceitaremos qualquer medida, qualquer ação ou sentença que venha de fora das quatro linhas da Constituição. Também não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica da região dos três Poderes continue barbarizando a nossa população. Ou chefe desse poder enquadra o seu ou esse Poder pode sofrer aquilo que não queremos”, disse Bolsonaro, que tem criticado membros do Poder Judiciário, chefiado pelo ministro Luiz Fux, presidente do STF.

Para o presidente do PSDB, os partidos precisam se posicionar sobre “o vergonhoso momento da história brasileira”.

“Com as declarações de hoje, não dá para partido político se esconder. Tem de haver posição clara do que pensa e como age cada partido em relação a esse vergonhoso momento da história brasileira”, afirmou Bruno Araújo.

O pedido de impeachment deve receber apoio de importantes nomes do PSDB, como o governador de São Paulo, João Doria, que faz oposição ao governo federal, e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Porém, reservadamente, dirigentes da legenda admitem que o impedimento de Bolsonaro pode sofrer resistência dentro do Congresso, já que parte dos 33 deputados temem sofrer represália na liberação de emendas.

Nesta semana, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, também disse que se a escalada do presidente contra a democracia continuar, o partido pode vir a apoiar o pedido de impeachment.

Kassab considera inadmissível que, no meio de uma pandemia, o presidente gaste seu tempo, o de ministros e assessores, e recursos públicos participando de motociatas e ameaçando a democracia, mais de 30 anos depois da promulgação da Constituição Federal.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.