PT avalia como positivo atos pela democracia, mas admite que impacto eleitoral é indireto

As manifestações soaram como grito de alerta (Thiago Alencar/CENARIUM)

A campanha da chapa Lula-Alckmin avalia que os atos em defesa do sistema eleitoral e do Estado democrático de direito foram positivos, de forma mais ampla, mas os impactos eleitorais serão indiretos. Integrantes da coordenação da campanha discordam de analistas e dos próprios organizadores dos atos de que a leitura das cartas é um divisor de águas que vai mudar o rumo das eleições. Para os aliados de Lula, grande parte das pessoas que assinaram as cartas já apoiavam o candidato do PT, por isso avaliam que o impacto eleitoral positivo pode ser sobre alguns indecisos.

Animam, mas não definem

As manifestações soaram como grito de alerta de que setores importantes da sociedade estão contra retrocessos, como Febraban, Fiesp, MTST, sindicatos e movimentos sociais. Porém, se a intenção era medir força com o 7 de Setembro, talvez o sucesso não esteja garantido. O movimento teve apoio da mídia, que exibiu ao vivo os discursos em defesa da democracia. Mas as cenas eram fechadas, o que não dá para ter noção do tamanho além do Largo São Francisco. Bolsonaristas deram de ombros e devem se esforçar mais, via mídias sociais, para engrossar seu movimento.

Convocação de aliados

Antes distribuídos entre os aliados do PL, o resumo de realizações dos três anos e meio do governo de Jair Bolsonaro será distribuído também entre os aliados dos demais partidos. A campanha quer que a base ajude a divulgar as ações do governo, nos Estados, martelando as medidas que beneficiam direto a população, como Auxílio Brasil, redução do desemprego, entrega de títulos de terras e pavimentação de estradas. O material traz ainda comparações entre as gestões para ajudar a desconstruir a candidatura de Lula, reforçando o tema corrupção nos governos petistas.

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Mídias alternativas

Em paralelo, a campanha está investindo em outras mídias sociais, como o Kwai, que no Nordeste, tem mais de 13 milhões de seguidores, principalmente, nas classes C, D e E. O senador Flávio Bolsonaro comandou uma live ao lado do ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, quando responderam a perguntas dos seguidores e falaram sobre o Auxílio Brasil. No Sudeste, essa rede tem quase 20 milhões de seguidores. Cerca de 50 mil pessoas viram a live. Outros ministros serão convidados a participar das conversas.

Pará mais pressionado

A Terra Indígena (TI) Apyterewa, em São Félix do Xingu, no Pará, foi a mais pressionada pelo desmatamento, no segundo trimestre deste ano, entre abril e junho. Foi o que apontou pesquisa do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon, que apontou a Apyterewa também como o quarto território, de todos os tipos de áreas protegidas da Amazônia, que mais sofreu com a pressão do desmatamento, atrás apenas das APAs Triunfo do Xingu e do Tapajós, no Pará, e da Resex Chico Mendes, no Acre. Segundo a Polícia Federal, em maio, novas invasões de grileiros foram registradas no local, com rebanhos bovinos ocupando a TI.

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