PUC-SP lança ‘Biblioteca Negra’ e coleção ‘Autorias Negras’ em evento online

A iniciativa visa incentivar a publicação de obras e dar visibilidade sobre a temática (Reprodução)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) lança nesta semana a Biblioteca Negra e a coleção Autorias Negras, editora da instituição, Educ. A iniciativa visa incentivar a publicação de obras e dar visibilidade sobre a temática. O evento começou nessa segunda-feira, 24, e ocorre até esta quarta-feira, 26, com um ciclo de debates e palestras sobre os projetos e o movimento negro, com transmissão nas redes sociais do centro de ensino superior.

A programação do lançamento inclui debates sobre a importância de estudar pensamentos negros no enfrentamento ao epistemicídio, conceito elaborado por Boaventura de Souza Santos, que trata da destruição de conhecimentos, saberes, e culturas que não são assimiladas pela cultura branca/ocidental.

PUBLICIDADE

Nesta terça-feira, 25, no segundo dia de palestras, professores e pesquisadores debateram sobre as “Autorias negras: sujeitos e sujeitos de conhecimento, conduzindo saberes afrodiaspóricos” e contou com a participação do professor doutor da PUC-SP, Jefferson de Oliveira Silva, professoras Myrt Tania de Souza e Lucineia Rosa dos Santos, da PUC-SP, e a jornalista e pesquisadora da USP, Rosane da Silva Borges, com mediação da doutoranda Camila Rodrigues Francisco, do Coletivo de Pesquisadores Negros Neusa Santos, de São Paulo.

No encontro online desta terça, Rosane Borges salientou que é preciso que a sociedade pense na produção do conhecimento acadêmico a partir de uma noção radical de pluralidade. Ou seja, além de ter acesso ao conhecimento, é preciso fazer os jovens também produtores do conhecimento.

Palestras marcam o lançamento da Biblioteca Negra da PUC-SP e da Coleção Autorias (Reprodução/Facebook)

“Esse evento da PUC é um esforço extraordinário de fazer a pluralidade ressoar. É fazer um esforço de reportagem, como a gente diz na comunicação, para que de fato o conhecimento seja plural, democrático e que a gente conheça, em determinadas civilizações, a produção do saber, da ciência e do conhecimento”, destacou.

O terceiro e último dia de evento ocorre nesta quarta-feira, 26, a partir das 17h30, horário de Brasília. O tema do debate é “Autorias negras: feminismo negro, articulando gênero e raça”.

Movimento

Os projetos surgiram a partir de reivindicações e reflexões por membros do Grupo de Trabalho da Inclusão Social da PUC-SP, que questionaram a falta de obras de autores e autoras negros e negras nas bibliotecas da universidade.

Com o lançamento dos acervos, a expectativa da instituição é que haja mais estímulo ao movimento. De acordo com o diretor da Educ, Thiago Pacheco, o objetivo dos projetos é abrir espaços e incentivar a publicação de obras e dar visibilidade sobre a temática.

Biblioteca

A Biblioteca Negra começou a receber coleção no início de 2020, com o acréscimo de cerca de 70 títulos às obras de autores negros já disponíveis na Biblioteca da PUC-SP. De acordo com a instituição, o acréscimo foi obtido por meio de valores residuais do fundo de campanha da chapa que concorreu e saiu vencedora à Reitoria 2020-24, a “PUC-SP somos todos”.

As obras estarão fisicamente distribuídas junto aos demais livros do acervo da universidade, que são organizados por área de conhecimento e assunto. No entanto, para facilitar a pesquisa, a partir do catálogo online também será possível realizar buscas específicas a coleção ou visualizar todas as obras que a compõe. A biblioteca está aberta à comunidade acadêmica, que pode solicitar os serviços de empréstimos e devolução mediante agendamento. Parte da coleção está disponível no acervo e pode ser verificada no link.

Confira a programação do evento:

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.