Quase 300 estudantes são libertadas após 4 dias de sequestro na Nigéria
02 de março de 2021
Meninas foram liberadas após 4 dias e autoridades negam o pagamento de resgates (Reprodução/G1)
Com informações do G1
As 279 meninas sequestradas na semana passada em um colégio de Jangebe, no noroeste da Nigéria, foram liberadas e estão com as autoridades. O anúncio foi feito nesta terça-feira, 2, pelo governador do estado de Zamfara, Bello Matawalle.
“Estou feliz de anunciar que as meninas foram liberadas. Acabam de chegar à sede do governo e estão bem”, declarou o governador após um rápido encontro com as estudantes. “O número total de meninas sequestradas era 279 e todas estão diante de nós. Agradecemos a Alá”.
As jovens, visivelmente cansadas, chegaram em vários micro-ônibus a Gusau, capital de Zamfara. As autoridades reuniram as estudantes em um auditório e entregaram roupas limpas e hijabs (véu que cobre o cabelo e peito) de cor azul. Depois, as jovens se perfilaram para cantar o hino nacional nigeriano.
Estudantes foram sequestradas por homens armados (Reprodução/G1)
O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, expressou “imensa alegria” após a libertação das meninas. “Me uno às famílias e ao povo de Zamfara para receber e celebrar o retorno das alunas traumatizadas”, afirmou o presidente em um comunicado.
Buhari prometeu acabar com o conflito que afeta o norte do país, mas a situação é cada vez mais dramática. Na manhã desta terça, uma base da ONU e um acampamento militar foram alvos de um ataque de milicianos de um grupo jihadista vinculado ao Estado Islâmico.
Escolas são alvo
O sequestro das alunas de Zamfara foi o quarto ataque contra escolas em menos de três meses no noroeste da Nigéria, onde há uma década grupos criminosos roubam gado e executam sequestros para pedir resgates.
Em geral, os alvos são figuras públicas ou viajantes nas estradas, mas nos últimos meses as escolas se tornaram um alvo mais lucrativo. Em dezembro, o governo de Zamfara negociou a liberação de 344 jovens que foram sequestrados em um colégio no estado vizinho de Katsina.
As autoridades negam o pagamento de resgates, mas especialistas em segurança não acreditam na versão e temem que a prática estimule os sequestros em regiões inseguras, minadas pela extrema pobreza.
Nesta terça, o governador afirmou que “bandidos arrependidos” ajudaram a garantir a libertação das 279 estudantes.
As autoridades do estado negociam há mais de um ano com o grupo que promove esses sequestros uma anistia em troca da entrega de armas.
Os novos sequestros em massa trouxeram à memória o rapto de Chibok, em 2014, quando o grupo extremista Boko Haram sequestrou 276 estudantes. Mais de 100 meninas continuam desaparecidas até hoje e não se sabe quantas sobreviveram ao sequestro.
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