Quase 80% da população maranhense é negra; Estado lidera ranking na Amazônia
Por: Ana Pastana
23 de fevereiro de 2025
Os dados são do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos, o Imesc (Composição: Lucas Oliveira/CENARIUM)
MANAUS (AM) – Cerca de 79% da população maranhense é negra, aponta o boletim social divulgado pelo Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc). De acordo com os dados divulgados nesta semana, a porcentagem é equivalente a 5,4 milhões de pessoas negras no Estado.
O município de Serrano é a cidade com a maior proporção, com 97,2%. A capital, São Luís, possui o maior contingente, de 761,1 mil. Segundo o instituto, a população negra é maioria no Brasil, com 55,5% dos brasileiros se autodeclarando como pretos ou pardos, totalizando 112,7 milhões em 2022.
O número é maior do que o apresentado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Censo de 2022, que apontou que 854.424 pessoas no Estado se autodeclararam negras. Porém, ainda de acordo com os dados, entre os nove Estados da Amazônia Legal, o Maranhão lidera a lista com a maioria de pessoas negras autodeclaradas.
O Pará é o segundo na região amazônica brasileira com mais pessoas negras autodeclaradas, sendo 793.621, seguido pelo Mato Grosso, com 360.698. Tocantins registrou cerca de 199.394 pessoas negras no Estado.
Já o Estado do Amazonas possui 193.667 pessoas autodeclaradas negras. Roraima vem logo atrás, com 136.793 pessoas negras. O Estado do Amapá tem 86.662 pessoas negras, seguido do Acre, com 71.086 e, por último, o Estado de Rondônia, com 49.195 pessoas autodeclaradas negras, segundo o Censo.
De acordo com o diretor de estudos e pesquisas do Imesc, Rafael Silva, a nova edição do boletim social divulga a realidade da população negra maranhense.
“Nesta edição do boletim social, destacamos a realidade da população negra no Maranhão, oferecendo um diagnóstico que orienta gestores e a sociedade em geral sobre aspectos fundamentais, como mercado de trabalho, saúde e educação. Com essa iniciativa, reafirmamos nosso compromisso com o desenvolvimento do Estado e a redução das desigualdades sociais”, disse.
Mulher negra (Reprodução/Divulgação)
Outras estatísticas
Os dados do Imesc também apontam avanços na educação da população negra no Estado do Maranhão. De acordo com o levantamento divulgado, os estudos de pessoas negras com 25 anos ou mais passou de 6,3 para 8,3 anos, o que representa aumento na escolaridade da população.
O analfabetismo entre negros no Maranhão também teve queda. Em 2012, os números mostravam que 19,3% da população negra do Estado era analfabeta. Já os dados recentes apontam que, atualmente, 12% dos maranhenses são analfabetos.
Cerca de 91,7% de pessoas negras estavam empregados em 2023, diz o boletim. Entre 2012 e 2023, o rendimento salarial teve um aumento de 24,5%. Segundo os dados, apesar do aumento, em média, 44,6% de pessoas negras ainda recebem um salário inferior do que pessoas brancas.
Outro dado que chama atenção é da segurança, que mostra que a cada 100 mil pessoas negras, 29,8 morreram em decorrência de violência como homicídio, em comparação a morte de pessoas brancas, que o número foi 17,4.
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