Queimadas intensas na Chapada dos Veadeiros mobilizam brigadistas do ICMBio e Ibama

Alto Paraíso, em Goiás, é a porta de entrada para o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e tem sofrido com focos isolados de queimadas causadas pela ação do homem e por causas naturais (João Paulo Guimarães/CENARIUM)
João Paulo Guimarães – Especial para a Cenarium

CHAPADA DOS VEADEIROS (GO) – O município de Alto Paraíso, no Estado de Goiás, é a porta de entrada para o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. O município tem sofrido com alguns focos isolados de queimadas causadas pela ação do homem e por causas naturais, como raios. Há algumas semanas, houveram focos de incêndios de grandes proporções no parque e no entorno de cidades como Alto Paraíso e Cavalcante. A CENARIUM acompanhou, no último dia 30 de setembro, o árduo e quente trabalho de brigadistas na região.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) atuam nas áreas de fogo controlado através de um trabalho exaustivo em áreas de difícil acesso. Os brigadistas usam o aeroporto de Alto Paraíso como base e se deslocam, diariamente, para uma área com pequenos focos de fogo persistentes na região de Simão Corrêa, em duas linhas de fogo distintas.

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Há três dias, os brigadistas tentavam abrir caminho para a área afetada, sempre andando com água e combustível nas mochilas, além de sopradores – itens mecânicos de combate indispensáveis para debelar o fogo e equipamentos muito pesados, mas o acesso por terra se tornou perigoso devido a topografia da Chapada dos Veadeiros.

“A gente tentou fazer um acesso por terra, mas não foi muito eficiente, porque o local que a gente está fazendo esse combate, que é o último foco por aqui e é bem difícil de acesso. A equipe que foi por terra levou quase cinco horas pra chegar ao local, porque tem muita pirambeira, muita elevação, tem o curso do rio que é muito acidentado e não dá pra chegar”, explicou o analista ambiental do ICMbio Iranildo Coutinho.

Uso de helicópteros

Além da topografia do terreno e do peso do equipamento, ainda há o calor e o tempo secos que castigam os brigadistas com suas roupas e equipamentos de proteção. São capacetes, balaclavas, óculos de proteção – tanto para galhos, que se destacam no caminho, quanto para a fumaça – macacões, cintos com água, facão, talheres, botas e perneiras. A lista de itens necessários é enorme e importante, já que os brigadistas precisam pernoitar na mata durante os combates.

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O acesso da brigada para a área afetada é feito de forma aérea com uma aeronave “esquilo” que sai do aeroporto e se desloca até a Fazenda São Ricardo, um dos pontos onde são registrados focos das queimadas. A aeronave leva os combatentes do ICMbio, em grupos de três, até outro heliporto improvisado que fica a 4 quilômetros da primeira linha de incêndio. Um trabalho de equipe, de paciência e de doação indispensável no combate às chamas que mais uma vez, graças à ação do homem, ameaça a vida no Cerrado. 

“Hoje, a gente está fazendo o lançamento do pessoal lá, colocando eles lá em combate, com o uso do helicóptero, que está sendo usado só pra isso, para colocar o pessoal em campo e retirar de campo, mais os insumos que precisam para eles. Não tem como chegar lá por terra, de forma fácil, então a gente está fazendo o deslocamento via aéreo até o ponto do combate”, explicou Iranildo.

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