Queimadas na Amazônia aumentam 107% em 2024, diz estudo
Por: Isabella Rabelo
04 de junho de 2024
Incêndio em floresta (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
Isabella Rabelo – Da Revista Cenarium
MANAUS (AM) – Os índices de queimadas na Amazônia tiveram um aumento considerável de 107% nos cinco primeiros meses de 2024, em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O avanço das queimadas reforça o alerta feito por especialistas de que a seca poderia aumentar o número de incêndios de grande escala.
No bioma, em 2024, já foram registrados 10.647 focos de queimadas entre 1° de janeiro e 31 de maio, um aumento de 107% e um número 131% superior à média dos três anos anteriores nesse período.
Os Estados de Roraima (RR) e Mato Grosso (MT) concentram as queimadas na Amazônia este ano. Do total de incidentes registrados entre janeiro e maio, 43% ocorreram em Roraima e 36% no Mato Grosso. O Pará (PA) responde por 12%. Somente em maio, foram contabilizados 1.670 focos, sendo quase 78% no Mato Grosso.
Fogo atinge áreas de floresta no Brasil (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Cerrado e Pantanal
Além do bioma amazônico, o estudo também mostrou dados sobre o índice de queimadas no Pantanal e no Cerrado. Os registros aumentaram 898% e 42%, respectivamente, nessas regiões. O avanço das queimadas reforça os alertas feitos por especialistas de que a seca severa nos biomas poderia aumentar o número de incêndios de grande escala, comparáveis aos que devastaram 30% de suas áreas naturais em 2020.
A organização não governamental (ONG) World Wide Fund for Nature (WWF Brasil), em inglês, Fundo Mundial para a Natureza, realizou uma análise dos dados com o objetivo de combater as queimadas nos biomas brasileiros através da sensibilização e educação ambiental.
Segundo o especialista em conservação do WWF-Brasil, Daniel Silva, os biomas brasileiros estão conectados, por exemplo, pela água e são interdependentes quando se trata das consequências da crise climática.
“O desmatamento em um deles gera desequilíbrios para os outros. Afeta a disponibilidade hídrica em outros ecossistemas, contribui para secas, aumento das queimadas, ondas de calor e até tempestades, como as que afetaram o Rio Grande do Sul”, disse o especialista.
Daniel Silva acrescenta que não adianta conservar só um bioma, é preciso ter políticas consistentes para diferentes áreas do País. No Brasil, barrar o desmatamento é o ponto mais importante para evitar efeitos ainda mais severos da crise climática”, complementou Daniel.
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