Queimadas na Amazônia intensificam e mantém devastação dos últimos anos

Imagens registradas recentemente em sobrevoo ao sul do Amazonas e oeste do Pará (Christian Braga/Greenpeace)

Com informações da assessoria

MANAUS – Dados divulgados hoje pelo sistema de monitoramento do Inpe mostram que, neste mês de agosto, o fogo na Amazônia registrou o número alarmante de 28.060 focos de calor. É o terceiro maior índice para o mês desde 2010, perdendo apenas para 2019 e 2020, sendo que todos esses anos foram marcados pelo Governo Bolsonaro e sua política antiambiental. A alta segue, mesmo com o Decreto nº 10.735 em vigor desde 29 de junho, que proíbe o uso do fogo, portanto todas as queimadas registradas em agosto são ilegais.

“Desde 2019, a quantidade de focos de calor registrada em agosto tem atingido patamares absurdos. É como se o governo tivesse criado um ‘padrão Bolsonaro’ de destruição, onde os focos de calor e desmatamento são bem superiores em comparação ao período anterior à gestão de Bolsonaro. Tamanha destruição é resultado de uma visão retrógrada de desenvolvimento que não conversa ou beneficia a maioria dos brasileiros, além de seguir na direção contrária dos esforços para conter a emergência climática”, declara Cristiane Mazzetti, gestora Ambiental do Greenpeace.

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O Estado do Amazonas, pela primeira vez no mês de agosto desde ao menos o ano 2000, concentrou o maior número de focos, foram 8.588, 30% do total, seguido do Pará (28%) e de Rondônia (15%). Os números refletem a preocupante escalada do desmatamento na região do sul do Amazonas, que já vinha sendo identificada pelos sistemas de monitoramento.

“Estamos vivendo uma crise na saúde e uma crise climática, ambas agravadas com os recordes de queimadas e desmatamento. Mas ao invés de combater o crime ambiental e garantir o bem-estar dos mais impactados pelos incêndios florestais, o governo federal opta pelo enfraquecimento deliberado das políticas de proteção ambiental, enquanto o Congresso Nacional discute projetos que ameaçam as terras indígenas e que vão estimular mais grilagem, desmatamento e queimadas – PL 2633, PL 490 e outros – expondo ainda mais a saúde do povo brasileiro e contribuindo para novas crises hídricas que deixam a conta de luz dos brasileiros cada vez mais cara”, completa Cristiane.

A ameaça as nossas florestas e seus povos vêm de todos os lados, a tese do marco temporal, que propõe que povos indígenas só teriam direito ao território a partir de ocupação física deste no dia de promulgação da Constituição Federal, está em discussão esta semana no STF. O julgamento do caso será decisivo para o futuro dos povos e terras indígenas de todo o País e, portanto, a tese do marco temporal precisa ser rejeitada. A demarcação e proteção de territórios indígenas são fundamentais na proteção da Amazônia e no combate às mudanças climáticas.

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