Queiroga promete 1 milhão de vacinas por dia no curto prazo e anuncia secretaria para combate à Covid

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante coletiva no Palácio do Planalto descartou o lockdown e adiantou novos nomes na Saúde. (Fábio Rodrigues/Agência Brasil)

Com informações da Folhapress

BRASÍLIA – O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prometeu, nessa quarta-feira, 24, que o Brasil chegará no curto prazo a um ritmo de vacinação contra a Covid-19 de 1 milhão de pessoas por dia. Em declaração no Palácio do Planalto, Queiroga, que assumiu o posto na terça, 23, disse ainda que vai criar no âmbito da pasta uma secretaria especial para concentrar o combate ao coronavírus.

“Temos condições de vacinar muitas pessoas. Atualmente nós vacinamos 300 mil indivíduos todos os dias. O ministro da Saúde e o governo assumem o compromisso de, no curto prazo, aumentar pelo menos em três vezes essa velocidade de vacinação para 1 milhão de vacinas todos os dias. É uma meta que é plausível, eu digo que é plausível”, afirmou.

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Queiroga participou de uma coletiva de imprensa ao lado dos ministros Fernando Azevedo (Defesa), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Fábio Farias (Comunicações). O novo ministro substituiu o general Eduardo Pazuello, alvo de críticas pela condução da pasta durante a pandemia. Nesta quarta, o Brasil ultrapassou a barreira dos 300 mil mortos pela Covid-19.

Na coletiva, Queiroga anunciou a indicação de Rodrigo Cruz, funcionário de carreira do Ministério da Economia e atual secretário-executivo adjunto da Infraestrutura, como seu secretário-executivo. Ele também afirmou que o médico ortopedista Sérgio Okane comandará a secretaria de atenção especializada em saúde, área que cuida da gestão de recursos e diretrizes principalmente para área hospitalar. ​Disse ainda que pretende fazer uma nova secretaria apenas para o combate à Covid.

“Estamos com o firme propósito de instituir uma secretaria especial para o combate à pandemia da Covid-19. Essa secretaria vai cuidar somente da pandeia. Sabemos que além da pandemia as pessoas continuam tendo doenças cardiovasculares, câncer e outros males que nos espreitam no nosso dia a dia”, declarou.

De acordo com Queiroga, a nova secretaria voltada à gestão de medidas para a epidemia deve ter um núcleo técnico coordenado por Carlos Carvalho, da USP, que será responsável por coordenar protocolos com orientações de assistência a pacientes com a Covid.

Queiroga foi questionado sobre políticas de distanciamento social, medidas constantemente atacadas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele afirmou que pretende buscar políticas de distanciamento que sejam adequadas, mas destacou que seu objetivo é evitar um lockdown.

“Eu pergunto a você: quem quer um lockdown? Ninguém quer lockdown. O que nós temos do ponto de vista prático é adotar medidas sanitárias eficientes que evitem o lockdown. Até porque a população não adere a lockdown. Vacina é importante, mas o uso de mascaras é fundamental, precisamos usar máscaras, precisamos manter um certo distanciamento”, disse.

“Vamos procurar uma maneira de disciplinar essa movimentação social, esse distanciamento, para que se evite a figura do lockdown.

Bolsonaro questionou em diversas ocasiões a importância do uso de máscaras e só passou a usar o utensílio recentemente, após apelos de auxiliares de que o tom negacionista do governo estava afetando a popularidade do governo.

Indagado se deve alterar documentos que apontam a oferta de cloroquina e outros medicamentos sem comprovação, Queiroga negou que houvesse protocolos sobre o tema -a previsão de oferta, no entanto, consta de documento com “orientações” a médicos, o qual foi elaborado na gestão Pazuello.

Ele admitiu que não há tratamento específico que possa diminuir a replicação viral. “Vários estudos têm sido realizados, e não mostraram eficácia”, disse.

Em seguida, no entanto, disse que médicos têm autonomia para decidir o tratamento. “O Código de ética médica, no capítulo 2º, diz que médico tem autonomia para prescrever os medicamentos caso a caso. Mas minha opinião e que temos que olhar para frente e e buscar o que existe de comprovado”, disse.

A defesa do tratamento da Covid com remédios sem comprovação científica, como a hidroxicloroquina, é uma das principais marcas da atuação de Bolsonaro na pandemia. O novo ministro disse ainda que pretende visitar pessoalmente hospitais para verificar a assistência que vem sendo dada à população.

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