‘Quem compactuar com condutas incorretas e ilícitas responderá judicialmente’, diz presidente de associação do MP-AM

O posicionamento de Lauro Tavares endossa que não há interferências pessoais na investigação do MP-AM. (Reprodução/Internet)

Carolina Givoni – Da Revista Cenarium

MANAUS – Em entrevista exclusiva à REVISTA CENARIUM nesta sexta-feira, 29, o presidente da Associação Amazonense do Ministério Público (AAMP), Lauro Tavares, afirmou que responsáveis por ataques que visem descredibilizar a atuação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na investigação contra o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), serão responsabilizados judicialmente.

“Tentar intimidar o procurador Armando Gurgel Maia no exercício de sua autoridade por meio de ofensas e campanhas injuriosas contra agentes públicos não serão toleráveis. Quem compactuar com condutas incorretas e ilícitas responderá judicialmente”, disse Tavares.

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O posicionamento do presidente endossa não haver ligação entre as decisões do Gaeco com o procurador afastado do MP-AM, Publio Caio Bessa Cyrino. “Estão relacionando o triste episódio ocorrido com a família do promotor Cyrino para alegar ingerência dele e deslegitimar o Ministério Público, alegando uma suposta ‘vingança’ inexistente”, diz Tavares.

“Entendo que há uma correlação política dos fatos e que a oposição faz parte do jogo democrático. No entanto, conteúdos levianos que denotam desprovimento da legalidade servem apenas para incentivar condutas desonestas, que literalmente estão matando centenas de pessoas diariamente. Dessa forma, quem assina um conteúdo desse tipo ou compartilha é conveniente da mesma prática repugnante”, explicou Lauro.

Fundamentação

Em nota pública conjunta divulgada nessa quinta-feira, 28, os quatro promotores de Justiça signatários do Coordenadoria de Combate ao Crime Organizado (Caocrimo) ressaltam a independência funcional diante da Coordenadoria e até mesmo do Procurador-Geral de Justiça, Alberto Junior.

“É possível ler, no começo e no final da peça, que os propositores e signatários dela são o Procurador-Geral de Justiça em exercício e os membros do Gaeco que compartilharam do mesmo entendimento”, diz trecho da nota.

A nota assinada pelos promotores Armando Gurgel Maia, Edinaldo Aquino Medeiros, Claudio Tanajura Sampaio e Luiz Alberto Dantas de Vasconcelos também ressalta que a desinformação e os ataques contra a Instituição visam manchar a biografia do MP-AM.

“Como se todos, a um só tempo, fossem servientes a interesses pessoais e espúrios de vingança. Enquanto, na verdade, a atuação é fundamentada em argumentos jurídicos e, quanto ao aspecto moral, seu móvel está nos próprios princípios jurídicos que lhe moldam”, complementa a nota.

Desinformação

As manifestações públicas que rechaçam suspeição do Ministério Público surgiram após a divulgação de um factoide sobre a motivação do pedido de prisão do prefeito de Manaus, David Almeida, ter surgido por motivação pessoal de um dos membros do MP.

O caso faz referência à crise de oxigênio ocorrida no Amazonas há algumas semanas. A escassez do insumo hospitalar à época motivou o promotor de Justiça Públio Bessa a transportar um cilindro de oxigênio para o filho, que estava internado na Fundação de Medicina Tropical.

“Eu tinha uma bala de oxigênio de 10 metros cúbicos, carreguei nas costas, entrei no hospital desesperado. Todos os médicos enfermeiros sem ter condições de fazer absolutamente nada. A única solidariedade era o olhar de choro de todos eles”, disse ao G1 à epoca.

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