Quem é María Corina Machado, venezuelana opositora a Maduro que ganhou Nobel da Paz


Por: Cenarium*

10 de outubro de 2025
Quem é María Corina Machado, venezuelana opositora a Maduro que ganhou Nobel da Paz
María Corina Machado durante protesto desta quinta-feira em Caracas (Composição de Paulo Dutra/Cenarium)

SÃO PAULO – O Comitê Norueguês do Nobel anunciou nesta sexta-feira, 10, que a líder opositora da ditadura de Nicolás Maduro, María Corina Machado, 58 anos, venceu o Nobel da Paz de 2025 por sua atuação pela democracia na Venezuela.

A láurea foi concedida pelo seu “trabalho incansável promovendo os direitos democráticos para o povo da Venezuela e pelo seu esforço em alcançar uma justa e pacífica transição da ditadura para a democracia“, de acordo com o anúncio.

Estou em choque!“, disse María Corina ao candidato da oposição venezuelana à Presidência em 2024, Edmundo González Urrutia, em um vídeo compartilhado com a agência de notícias AFP. “Estamos em choque de alegria“, responde o diplomata, que se exilou há quase um ano após substituir María Corina, proibida de concorrer pelo regime. “O que é isso? Não acredito“, insiste a líder, que está escondida na Venezuela.

Com o prêmio, ela se tornou a 20ª mulher a ganhar o Nobel, concedido desde 1901 —o que significa que, agora, 83% das premiações foram masculinas. A última mulher a ganhar a homenagem havia sido a ativista iraniana Narges Mohammadi, em 2023.

O comitê caracterizou María Corina como “um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina nos tempos recentes” e uma “figura-chave e unificadora em uma oposição política que antes era profundamente dividida”.

É precisamente isso que está no cerne da democracia: nossa disposição compartilhada de defender os princípios do governo popular, mesmo discordando. Em um momento em que a democracia está ameaçada, é mais importante do que nunca defender esse ponto em comum“, diz o anúncio.

O presidente do comitê, Jorgen Watne Frydnes, ainda citou os esforços “inovadores e corajosos, pacíficos e democráticos” da oposição nas eleições de 2024 na Venezuela, quando o antichavismo reuniu as atas de votação ao longo do dia em uma tentativa de contestar possíveis fraudes do regime.

Embora os documentos, atestados por diferentes órgãos independentes, tenham apontado vitória ao candidato da oposição, Edmundo González, Maduro declarou sua terceira reeleição horas após o fechamento das urnas, sem apresentar as provas exigidas pela lei venezuelana.

O episódio foi apenas uma das anormalidades do pleito. Cerca de um ano antes, María Corina havia sido declarada inelegível ao lado de outros opositores pela Controladoria-Geral do país —que, assim como a maioria dos órgãos públicos da Venezuela, está aparelhada.

Na ocasião, o regime atribuiu a decisão a irregularidades administrativas da época em que ela foi deputada, de 2011 a 2014. A medida, imposta em 2015, tinha vigência de apenas um ano, mas foi estendida porque ela apoiou sanções dos EUA contra Maduro, segundo o órgão.

A oposição recebeu apoio internacional quando seus líderes divulgaram as contagens de votos coletadas nos distritos eleitorais do país, mostrando que a oposição havia vencido por uma margem clara. Mas o regime se recusou a aceitar o resultado das eleições e se agarrou ao poder“, disse o comitê nesta sexta.

Leia na íntegra neste link.

(*) Com informações da Folhapress

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