‘Quem fez isso tem que pagar’, diz filha de servidora federal encontrada morta em Manaus

O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) (Reprodução)
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS – Stephanie Veiga de Miranda, 27, prestou esclarecimentos na tarde desta segunda-feira, 23, na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), após ter encontrado o corpo da mãe, a servidora federal, Silvanilde Ferreira Veiga, 58, morta no sábado, 21, dentro do apartamento em que moravam, localizado na Ponta Negra, Zona Oeste de Manaus.

De acordo com informações dos advogados, Stephanie teria recebido um SMS de ‘SOS’, no celular, vindo do número da mãe, por volta das 22h de sábado, e esse teria sido o motivo da jovem ir até o apartamento. “Através desse sinal ela entendeu que a mãe estava com algum problema e foi até a residência”, explica o advogado Cândido Honório.

Stephanie, então, teria chegado no condomínio acompanhada pelo namorado, após falar com o porteiro e tentar contato com a mãe, por telefone, e não ter sucesso, foi, então, que subiu até o apartamento e encontrou a mãe morta.

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Para a Polícia Civil, Stephanie informou que o aparelho celular da mãe havia sumido do local. O advogado explicou que o aparelho celular da servidora possuía uma função de “contato de segurança”, para que em casos de emergência fosse possível ligar, de maneira rápida, para a polícia, bombeiros ou contato configurado como emergência, e foi isso que a servidora teria feito.

Um dos recursos que o aparelho oferece, após acionar esse “alarme”, é enviar a localização, sempre que ela alterar. O advogado da família não deu informações se a filha chegou a receber outros SMSs com a mudança de localização, mas afirma que Stephanie entregou todos os aparelhos eletrônicos para colaborar com a polícia.

Ainda conforme os advogados, a fechadura do apartamento onde mãe e filha moravam era digital e o acesso era possível de quatro formas: com a digital, que só a mãe e a filha tinham cadastradas; um aplicativo; senha, que podia ser senha fixa ou uma temporária; e por token.

O síndico do condomínio enviou à CENARIUM uma nota em que informa “que já foram entregues todas as informações pertinentes ao caso, inclusive, as filmagens do sistema de câmeras à equipe de perícia técnica da Polícia Civil do Estado do Amazonas”. A reportagem entrou em contato com o síndico, mas ele respondeu: “para não atrapalhar as investigações, estamos evitando maiores informações”.

Os advogados da família falam que mãe e filha tinham uma boa relação, e que na manhã do crime haviam trocado mensagens de carinho por aplicativo de mensagens. Nas redes sociais, Stephanie publicava fotos de passeios e homenagens para a mãe. De acordo com eles, Silvanilde era uma profissional excelente e muito premiada, eles afirmam não entender qual seria a motivação do crime, mas que irão colaborar para que o caso seja solucionado.

“Existem algumas linhas de investigação, porém, temos duas suspeitas, pode ser uma briga com um vizinho ou relacionado ao trabalho dela. Ela não tinha namorado, pelo que nós sabemos, ela era uma pessoa extremamente trabalhadora, a rotina dela era voltada totalmente ao trabalho”, contou o advogado.

Stephanie e Silvanilde (Reprodução)

Stephanie disse que não sabe o que aconteceu com a mãe e espera que o crime seja solucionado. “Eu estou destruída, eu perdi minha paz, eu não consigo dormir, não consigo comer, porque eu não sei o que aconteceu com minha mãe, eu quero muito que encontrem o culpado”, disse ao sair do interrogatório. Stephanie estava acompanhada dos advogados, que responderam aos questionamentos de que ela estaria envolvida na morte da mãe dizendo que acreditam, plenamente, na inocência dela e do namorado.

“Nós estamos convictos da inocência da Stephanie, nós estamos convictos que ela é a principal interessada em saber quem fez o que fez com a mãe dela e aqui, hoje, ela respondeu todas as perguntas que estão sendo formuladas a ela, a gente quer deixar isso bem claro”, disse a advogada Daniela Cardoso.

“A minha mãe era uma pessoa extremamente boa, ela nunca fez nada para ninguém, ela era uma mãe perfeita, ela era um exemplo de mãe, ela não merecia isso, e quem fez isso tem que pagar. Não é possível que essa pessoa não vai pagar, é só isso que eu quero, eu preciso que encontrem quem fez isso”, declarou Stephanie antes de sair do local chorando.

Relembre o caso

Silvanilde era diretora da 15ª Vara do Trabalho. Segundo a Polícia Civil, conforme o relato de Stephanie Viega, filha da vítima, na noite da morte, ela mandou duas mensagens à mãe, após receber SMS pedindo socorro, mas não obteve resposta. Então, ela ligou para o porteiro do condomínio e pediu que fosse ao apartamento verificar se estava tudo bem. O funcionário informou que ninguém atendia, e que os veículos estavam todos nas respectivas vagas.

A filha da servidora foi ao apartamento, juntamente com o namorado, identificado como ‘Igor’, e encontrou a mãe no chão da sala, de bruços, sobre uma poça de sangue. “Ela relatou, ainda, que não havia sinais de arrombamento e a única coisa levada do local foi o celular da vítima”, disse a nota da Polícia Civil.

O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) e “as diligências em torno da morte da servidora já estão em andamento”.

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