Wakeboard já levou indígena amazonense para competição em Dubai: ‘Quero levar minha etnia para onde for’
06 de janeiro de 2022
Jair Paulino posa com prancha que pratica o esporte em Manaus. (Ricardo Oliveira/ Cenarium)
Victória Sales – Da Revista Cenarium
MANAUS – Conhecido como Jajá do wake, o atleta indígena de wakeboard, Jair Paulino de Souza, de apenas 16 anos, é aposta para o esporte. O amazonense já conta com 22 títulos em 11 anos de carreira. Ele destaca que sempre procurou representar os amazonenses e principalmente a etnia Karapāna em todos os Estados e países em que ele possa competir como na competição que participou em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Segundo Jair, ele sempre competiu por categorias acima da sua idade e sempre garantiu destaque por competições locais, nacionais e até internacionais. “Eu tive o meu primeiro contato com o esporte aos 5 anos e desde lá fui pegando gosto pelo wake, logo depois eu comecei de verdade, com competições e treinos mais pesados”, relatou.
Atleta praticando o esporte (Ricardo Oliveira/ Cenarium)
Atleta praticando o esporte (Ricardo Oliveira/ Cenarium)
Atleta praticando o esporte (Ricardo Oliveira/ Cenarium)
Atleta praticando o esporte. (Ricardo Oliveira/ Cenarium)
“Quando comecei a andar, emprestei uma prancha de um amigo, o Rogério, e, quando eu cheguei em casa, vi que não tinha bota e, para praticar o esporte, precisa ter. Com isso, eu tive uma ideia de pegar meu tênis que usava para ir para a escola e era o único que eu tinha. Furei e coloquei na prancha e foi assim que tudo começou”, contou Jair.
Ainda de acordo com o atleta, aos 10 anos, conquistou o seu primeiro título pela 2ª etapa Amazônia Wakeboard. “Uma das minhas competições mais importantes foi a que eu fui para Dubai e consegui conquistar o quarto lugar. Quero levar minha etnia por onde for e dizer que podemos chegar onde quisermos”, explicou. Em 2016, o indígena conquistou o 1º lugar na primeira etapa do Campeonato Hugo Wakeboard, na categoria avançado.
(Reprodução/ Instagram)
“Tenho orgulho das minhas raízes indígenas e procuro sempre deixá-las em evidência. Durante as competições levo a pintura em minha pele como os grandes guerreiros indígenas. Os desenhos em meu corpo representam a agilidade e o talento que eu busco demonstrar enquanto estou sobre a prancha. Dentro da água, os problemas e preocupações não existem”, concluiu o atleta.
Mudança
No final de 2020, o indígena foi convidado para fazer parte da Marreco Wake School (MWS) em São Paulo, e desde lá mora no Estado e realiza os treinos. “Eu tenho muita gratidão pela oportunidade de estar treinando em uma escola de wake que é a melhor da América Latina e lá eu consigo ver meu desenvolvimento pessoal e profissional”, declarou. A mãe do atleta, Alice Paulino, conta a dificuldade que teve quando o indígena decidiu se mudar para São Paulo.
“Ele foi para treinar somente uma semana, e logo em seguida me ligaram pedindo para ele ficar por mais um mês e foi um susto para mim e para o pai dele, pois a gente não esperava. Mas, colocamos os pés no chão, ele não deixou de estudar por ter mudado de Estado, e lá consegue treinar, tem todo apoio necessário para seguir na carreira que escolheu”, relatou Alice.
(Reprodução/ Instagram)
Campeonatos
Em 2015, Jair conquistou o 2° lugar na primeira etapa do Amazônia Wakeboarding, na categoria avançado, 1º lugar na segunda etapa do Amazônia Wakeboarding, também na categoria avançado. Já em 2016, o atleta conseguiu 1º lugar na primeira etapa do Campeonato Hugo Wakeboard, na categoria avançado, 1º lugar na segunda etapa do Campeonato Hugo Wakeboard, na categoria avançado e 1º lugar na primeira etapa do Amazônia Wakeboarding, na Jovem Pan categoria avançado.
Foi em 2017 que Jajá conquistou o 3º lugar – primeira etapa Circuito Paulista de Wakeboard MWS and Prowake Cup, na categoria júnior, 1º lugar na primeira etapa Nova Lima Brasileiro de Wakeboard, na categoria júnior, 2° lugar no Amazônia Wakeboarding Jovem Pan, na categoria avançado, 1°lugar no Circuito Brasileiro de Wakeboard Araraquara e 1º lugar no Circuito Paulista de Marola, na categoria júnior.
Jair durante premiação (Reprodução/ Instagram)
Já em 2016, o indígena conseguiu 1º lugar – Brasil Wake Open Nova Lima MG, na categoria Open, 1° lugar da primeira etapa Campeonato Amazonense de Wakeboard – Wakw Sunset 2018, 2° lugar no Campeonato Paulista Wakeboard – MWS Prowake, na categoria Open, 1º lugar – Ranking Paulista ABW, na categoria júnior, 1º lugar no Ranking Paulista ABW, na categoria júnior.
Em 2019, 1º lugar no Brasil Wake Open Nova Lima MG, na categoria Open, 2° lugar Campeonato Latino-Americano em Mairiporã, Minas Gerais, na categoria Boys e 2° lugar no Campeonato Amazônia Wakeboarding. Já em 2020, conquistou 1º lugar – Campeonato Brasil Wakeboard em São Paulo, na categoria Open, 4° lugar IWWE World Wakeboard Championships Abu Dhabi, United Arab Emirates. Já em 2021, conquistou medalhas com o 1° lugar no Campeonato Latino-Americano de Wakeboard, na categoria júnior Man e 1° lugar- Copa fefig , Wakeboard & Wakesurf Ibiuna, na categoria Pró.
Ajuda
Jair destaca também que financeiramente não recebe apoio para conseguir se manter e realizar os treinos. “Eu tenho apoio da Fundação Amazonas de Alto Rendimento (Faar), da escola onde eu estudo lá em São Paulo, a marca líder mundial em equipamentos para Wakeboard, Liquid Force Brasil e Wakum Indústria de Artigos Esportivos que estão garantindo meu rendimento e minhas despesas com o esporte, mas eu preciso conseguir ainda mais para me destacar e me desenvolver para, assim, levar minha etnia e meu Estado para mais e mais lugares”, explicou, ao ressaltar que quem quiser ajudar com patrocínios, pode procurar o atleta por meio do Instagram.
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