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Ranking global indica que Tel Aviv, em Israel, é a cidade mais cara do mundo para se viver
Vista aérea de Tel Aviv, em Israel (Menahem Kahana - 1°.dez.2021/AFP)
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02 de dezembro de 2021
Com informações da Folha de S. Paulo
LONDRES | BBC NEWS BRASIL – Tel Aviv foi considerada a cidade mais cara do mundo para se viver, em um momento em que a inflação em alta e os problemas da cadeia de suprimentos elevam preços em todo o mundo.
A cidade israelense ficou em primeiro lugar pela primeira vez em um levantamento da Economist Intelligence Unit (EIU), braço de análise e pesquisa da revista britânica The Economist.
No ano passado, Tel Aviv estava em quinto lugar. Ao encabeçar a lista, empurrou Paris para a segunda posição, junto com Singapura. Damasco, na Síria, devastada pela guerra civil, foi considerada a mais barata do mundo.
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A pesquisa compara os custos em dólares americanos de mais de 200 bens e serviços em 173 cidades.
Segundo a EIU, os dados coletados em agosto e setembro mostraram que, em média, os preços subiram 3,5% em termos de moeda corrente —a taxa de inflação mais rápida registrada nos últimos cinco anos.
Os transportes registraram os maiores aumentos de preços, com o custo do litro da gasolina aumentando 21%, em média, nas cidades estudadas.
A ascensão de Tel Aviv ao topo do ranking ‘Custo de Vida Mundial’ da EIU refletiu principalmente a valorização crescente da moeda de Israel, o shekel, em relação ao dólar. Os preços locais de cerca de 10% das mercadorias também aumentaram significativamente, sobretudo alimentos.
O levantamento descobriu que Tel Aviv era a segunda cidade mais cara em álcool e transporte, a quinta em itens de higiene pessoal e a sexta em lazer.
O prefeito de Tel Aviv, Ron Huldai, alertou em uma entrevista ao jornal local Haaretz que o aumento dos preços dos imóveis —não incluídos nos cálculos da EIU— faz com que a cidade esteja caminhando para uma “explosão”.
“Tel Aviv ficará cada vez mais cara, assim como todo o país está ficando mais caro”, disse ele.
“O problema fundamental é que em Israel não há um centro metropolitano alternativo. Nos Estados Unidos, há Nova York, Chicago, Miami e assim por diante. No Reino Unido, há a Grande Londres, Manchester e Liverpool. Lá você pode se mudar para outra cidade se o custo de vida se tornar muito oneroso.”
No ano passado, Paris, Zurique e Hong Kong compartilharam o primeiro lugar no levantamento da EIU.
Zurique e Hong Kong ficaram em quarto e quinto lugar neste ano, seguidos por Nova York, Genebra, Copenhague, Los Angeles e Osaka.
Em um momento de desvalorização do real frente ao dólar, as três cidades brasileiras avaliadas no ranking —São Paulo, Rio de Janeiro e Manaus— ficaram em posições de menor destaque. As duas primeiras empataram no 150° lugar, e Manaus ficou em 160°.
Teerã, a capital iraniana, foi a cidade que mais subiu posições no ranking, saltando da 79ª para a 29ª, uma vez que a reimposição das sanções econômicas dos EUA contra o Irã vêm causando escassez de produtos e aumento dos preços.
Em contrapartida, Roma foi a que mais caiu, passando da 32ª para a 48ª posição, “com um declínio particularmente acentuado em sua cesta de compras e categorias de roupas”.
Segundo a EIU, as cidades mais baratas do mundo estão no Oriente Médio, na África e nas partes mais pobres da Ásia.
Já o topo do ranking é ainda dominado por cidades europeias e desenvolvidas da Ásia, enquanto as americanas e chinesas permanecem com preços “relativamente moderados”.
“No entanto, as incertezas do ano passado fazem com que não haja um padrão regional claro para movimentos no ranking”, ressalva.
A EIU disse que o levantamento continua sensível às mudanças provocadas pela pandemia do coronavírus.
“Embora a maioria das economias esteja agora se recuperando com a oferta das vacinas contra a Covid-19, as principais cidades do mundo ainda experimentam surtos de casos, levando a novas restrições sociais. Em muitas cidades, isso interrompeu o fornecimento de bens, levando à escassez e a preços mais altos.”
“A flutuação da demanda do consumidor também influenciou os hábitos de compra, enquanto a confiança do investidor afetou as moedas, alimentando ainda mais os aumentos de preços”, acrescentou.
A expectativa, segundo a EIU, é que o custo de vida aumente ainda mais em muitas cidades em 2022, enquanto as expectativas inflacionárias devem “contribuir para aumentos salariais, alimentando ainda mais os aumentos dos preços”.
“No entanto, à medida que bancos centrais aumentam cautelosamente as taxas de juros para conter a inflação, os aumentos de preços devem abrandar a partir do nível deste ano. Projetamos que a inflação global de preços ao consumidor atinja em média 4,3% em 2022, ante 5,1% em 2021, mas ainda substancialmente mais alta do que nos últimos anos. Se as interrupções da cadeia de abastecimento sejam atenuadas e lockdowns, amenizados, conforme o esperado, a situação deve melhorar até o final de 2022, estabilizando o custo de moradia na maioria das grandes cidades.”
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