Rap amazonense periférico em alta: irmãs ‘Lary Go & Strela’ lançam segundo álbum visual

Um novo momento para o rap amazonense no audiovisual: portas abertas para artistas de periferia mostrarem a que vieram (Divulgação)

Com informações da assessoria

MANAUS — A dupla de irmãs rappers ‘Lary Go & Strela’ marcou o cenário musical amazonense com o primeiro lançamento de um EP de duas mulheres neste segmento. Em continuidade à carreira, cheia de simbolismos que remetem à negritude, à vida na periferia e à representatividade feminina em um estilo musical majoritariamente masculino, as rappers lançaram um álbum totalmente visual de rap – iniciativa igualmente inédita para mulheres.

As irmãs Lary Go & Estrela com o rapper Lua Negra, em parceria musical para uma das faixas do álbum (Divulgação)

Com participações femininas e LGBTQIPA+, a obra audiovisual – completa no YouTube – se destaca não só por ter sido feita via financiamento público com recursos do edital Feliciano Lana, mas por também incluir artistas e profissionais da periferia em sua execução, evidenciando a maturidade de uma carreira que prioriza a circulação de oportunidades e renda no cenário onde atuam.

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“Fizemos um álbum visual amplamente diversificado, procuramos unir alguns talentos que o Norte possui, podendo assim nos explorar artisticamente, fazendo conexões com vários profissionais da cena local, incentivando e gerando renda”, destacou Strela.

Pioneirismo

O rapper amazonense Kurt Sutil inaugurou o formato de lançamentos em vídeo álbum no rap amazonense, seguido agora pelas irmãs Lary Go & Strela, que trouxeram para as telas suas vivências acompanhadas por artistas como Lua Negra, Rafa Militão, Yumi Araújo, Dacota, Keith Pitbull, Baby AC, Eric Mafs e Victor Xamã. A produção musical passeia por ambientes até então não explorados pela dupla e é assinada por profissionais como RVL$, WKilla, Júnior Mendes, entre outros.

Para Strela, uma das grandes características do trabalho foi a versatilidade nos ritmos. “Exploramos um drill, trap na faixa ‘Brabas’, um drill em ‘Vão ter que engolir’ e ‘De Quebrada’. Aproveitamos muito bem um boom-trap no love Song ‘Perigoso e Divertido’ e classificamos ‘Enjoadas’ como a música na qual brincamos muito em cima de um trap e os boom-baps deixamos pras faixas ‘Sorrisos Perdidos’ e ‘Flores Amarelas”’, contou.

Audiovisual Urbano

Há destaque para novas vozes e rostos da cena feminina do rap amazonense, como Keith Pitbull, que na faixa ‘Enjoadas’ apresenta rimas incisivas e cheias de originalidade. A presença da rapper e DJ Rafa Militão dá o tom da grandiosidade com a qual as mulheres do rap, da música e do entretenimento em geral convivem no Amazonas.

A colaboração com Lua Negra em “Vão Ter Que Engolir” canta o combate em lírica. A letra aponta para a alta performance e conteúdo, abordando com profundidade temas sociais vividos pelas artistas.

A faixa ‘De Quebrada’ mostra a relação intimista e profunda com a qual a dupla se relaciona com sua comunidade e o lugar onde vivem. Elas dividiram nessa faixa a mensagem com o rapper Dacota que desponta localmente, levando junto com seu talento a comunidade onde vive.

A obra é um importante registro não somente da carreira das irmãs Lary Go & Strela, mas também um novo momento onde as portas para o audiovisual estão abertas para artistas de periferia combativos e dispostos a marcar seus nomes na história do rap amazonense.

Confira um dos trabalhos do ábum visual da dupla rapper, em parceria com Lua Negra:

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