Rayssa Leal é prata no skate e se torna medalhista mais jovem do Brasil nas Olimpíadas

Rayssa Leal (Reuters)
Com informações do O Globo

RIO E TÓQUIO — Rayssa Leal sorria. A cada manobra, a cada queda, a cada nota recebida. Mais do que competindo, a fadinha estava se divertindo — e talvez esta seja a melhor maneira para uma adolescente de 13 anos estrear nos Jogos Olímpicos. Morder a medalha de prata, ao qual conquistou com nota 14.64, tem gosto de dedicação, orgulho e muita felicidade. O ouro ficou com a japonesa Momiji Nishiya (15.26), mas o brilho do sorriso da fadinha pôde ser visto de qualquer lugar do mundo. O bronze ficou com Funa Nakayama (14.49).

Se não venceu a competição, Rayssa liderou no carisma. Um show à parte para pedir água para hidratação, mais ainda quando alegou “não ter coração” para a demora na divulgação da nota da companheira Letícia Bufoni. Entre uma série e outra, dançava as músicas que o DJ colocava na pista. Sobraram sorrisos, simpatia e muito talento na pista da Ariake Sports Park.

Diante de adversárias tão jovens quanto ela — Nishiya também tem 13 anos; Nakayama, 16 —, Rayssa deu muito trabalho. Na fase classificatória, um terceiro lugar com 14.30. Na final, ao terminar a fase de runs (voltas), subiu para a segunda colocação. Já nas tricks (manobras), que compõem cinco notas para definir o vencedor, chegou a ser líder até a penúltima rodada. Uma queda no fim selou o vice-campeonato, que em nada diminui o brilho da prata recebida.

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Rayssa agora é a atleta mais jovem da história do Brasil a conquistar uma medalha. A mais jovem a ir para o pódio na história dos Jogos Olímpicos no últimos 85 anos. A história foi escrita.

“Estou muito feliz por poder representar todas as meninas, a Pamela, a Letícia que não se classificaram para a final. Realizei meu sonho de estar aqui e conquistar uma medalha”, falou Rayssa, emocionada.

Eliminações precoces

Rayssa fez bonito, mas o pódio triplo que o Brasil esperava não se concretizou porque as duas outras brasileiras nas baterias foram eliminadas ainda na fase classificatória. A mais surpreendente foi a queda de Pamela Rosa, a atual número 1 do mundo. Ela não conseguiu confirmar o favoritismo e sequer avançou. Na saída da pista, a clara chateação evidente e poucas palavras. Posteriormente, publicou uma foto nas redes sociais onde mostrou o tornozelo completamente inchado.

“Há três dias de viajar para Tóquio, torci meu pé. Queria muito, mas não consegui andar bem por causa do tornozelo”, disse após a 10ª colocação. Segundo ela, estava “se sentindo muito sozinha” após seu empresário não poder viajar.

Já a eliminação de Letícia Bufoni teve contornos dramáticos. Na volta final, ela precisava de uma nota acima de 3.20 na sua última trick para classificar, mas ficou apenas com 2.90.

“Infelizmente não deu para mim. Foi um erro ali de cáculo que tivemos. Achei que a última manobra me levaria para a final, mas não foi suficiente. Essa é a primeira vez que estou competindo em uma Olimpíada. É aprender com os erros e melhorar para a próxima.”

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