Reajuste do preço da energia elétrica: conheça outros votos impopulares de deputado federal do AM
Por: Isabella Rabelo
12 de agosto de 2025
MANAUS (AM) – O deputado federal pelo Amazonas Alberto Neto (PL/AM) acumula, em seis anos na política como parlamentar do Estado, votos e declarações contrárias a medidas de interesse público. De pautas econômicas a decisões em casos de grande repercussão nacional, o parlamentar tem se posicionado de maneira que, segundo opositores, contraria avanços sociais e demandas coletivas da população amazonense.
Entre os posicionamentos mais recentes que reforçam esse histórico, está o voto do deputado pela derrubada dos vetos do presidente Lula ao Marco Regulatório da Energia Offshore, em junho deste ano. A proposta, aprovada pelo Congresso, restaurou dispositivos que obrigam a contratação de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e incentivam fontes alternativas como hidrogênio verde e parques eólicos, medida que, segundo entidades do setor, pode elevar as tarifas de energia elétrica em até 3,5% até 2050.
No ano anterior, em abril de 2024, Alberto Neto se posicionou contra o parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que recomendava a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão, acusado de mandar assassinar a vereadora Marielle Franco. O parlamentar argumentou que a detenção não atendia aos critérios constitucionais, por não se tratar de flagrante nem de crime inafiançável, divergindo do entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) e da maioria da CCJ, que manteve a prisão por 39 votos a 25.

Ainda no ano passado, o voto contrário à regulamentação da reforma tributária gerou críticas ao parlamentar. Aprovada pela Câmara dos Deputados em agosto de 2024, a proposta dividiu opiniões em relação ao impacto da sua aplicação para a Zona Franca de Manaus (ZFM). Ao falar sobre o voto, Alberto Neto argumentou que a medida traria perigos para a indústria, com a redução da competitividade, e para o comércio, com a redução dos incentivos fiscais.
“Hoje, a Zona Franca de Manaus e os empregos do Amazonas correm perigo. O atual governo disse que tinha compromisso com a ZFM e não cumpriu a palavra. A bancada do Amazonas fez um texto para manter todas as vantagens que temos hoje, não para ganhar mais, mas para que a indústria não saia do Estado. Conseguimos salvar a UEA [Universidade do Estado do Amazonas], mas perdemos vantagens da indústria e do comércio, e o produto do Amazonas vai ficar mais caro, o que resulta em desemprego”, afirmou o deputado na ocasião.
Histórico de oposições
Os episódios se somam a outros posicionamentos que indicam um padrão de atuação do deputado. Ao longo do mandato, Alberto Neto manifestou-se de forma contrária a diferentes pautas de caráter social, tanto em votações quanto em declarações públicas.
O mais recente exemplo ocorreu em abril de 2025, durante reunião da Comissão de Segurança da Câmara. Na ocasião, o deputado ironizou um programa do governo federal voltado à recuperação de celulares roubados. Ele afirmou que a iniciativa seria como “mandar mensagem no WhatsApp pedindo o celular de volta”.
A proposta, no entanto, já havia mostrado resultados expressivos no projeto-piloto em Teresina, onde os roubos caíram 44% e mais de seis mil aparelhos foram devolvidos aos donos. No Amazonas, um sistema semelhante está em operação desde setembro de 2024, com cerca de 1.850 celulares recuperados. A postura do parlamentar foi alvo de críticas de colegas de Câmara, como o deputado Henrique Vieira (Psol-RJ), que ressaltou a importância de políticas públicas com eficácia comprovada.
“Vossas Excelências constroem um mundo paralelo, idolatram esse mundo paralelo, não têm capacidade sequer emocional de lidar com quem pensa diferente. Isso é extrema direita, é uma mescla de espírito bélico com negação do direito […] uma mistura de ignorância e orgulho de ser ignorante”, declarou o deputado do Psol, como já noticiado anteriormente pela CENARIUM.