Reconquista histórica: gestão Antônio Andrade & Ida Silva recupera patrimônio do Garantido

A Cidade Garantido é um complexo de grandes estruturas onde um dia funcionou a antiga Fabril Juta (Reprodução/Paulo Sicsu)

Com informações da assessoria

PARINTINS – Nesta quarta-feira, 23, a gestão Antônio Andrade & Ida Silva fez história em Parintins. O presidente eleito em meio ao desespero da perda do Curral da Cidade Garantido, em 2020, Antônio prometeu em campanha lutar pela recuperação do patrimônio. O desfecho da promessa teve fim hoje com a devolução do espaço de ensaios do Garantido por parte do Grupo Samel que à época arrematou em leilão o patrimônio do boi.

“Estamos devolvendo com muito orgulho algo que é indissociável da história do Garantido, que é parte da Cidade Garantido, ou seja: nosso complexo onde funciona a nossa fábrica de sonhos”, destacou o presidente Antônio Andrade. O gestor fez questão de destacar a atuação do Grupo Samel.

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“O Grupo Samel teve uma sensibilidade única. Todos sabemos que eles entraram no leilão para adquirir o patrimônio, protegê-lo e, finalmente, devolvê-lo ao seu verdadeiro dono que é a Nação Vermelha e Branca da Baixa de São José. Muito obrigado Beto Nicolau e a todo o Grupo Samel”, agradeceu.

Durante a cerimônia na Cidade Garantido, o presidente do Grupo Samel, Luis Alberto Nicolau, declarou “Conseguimos, hoje, materializar uma promessa que fizemos na época do leilão, em que adquirimos o curral. Quando eu soube que existiam pessoas que queriam comprar para dar um outro fim econômico que não era a vocação desse lugar, eu fiquei indignado e resolvi entrar no pregão”, relembrou.

Para o empresário e fã da cultura parintinense do boi-bumbá, espaços como a Cidade Garantido devem ser protegidos por lei. “Isso aqui precisa ser tombado como patrimônio de Parintins, como patrimônio do Amazonas, como patrimônio do Brasil e do mundo”, sentenciou.

A Cidade Garantido é um complexo de grandes estruturas onde um dia funcionou a antiga Fabril Juta (Reprodução/Paulo Sicsu)

Patrocínio

Além de devolver o curral, o Grupo Samel entra como patrocinador oficial do Festival Folclórico de Parintins. “O Grupo Samel adiantou cinco anos de patrocínio para o Garantido pagar suas dívidas trabalhistas. Isso por si só já é um ganho”, declarou Andrade. Para a vice-presidente Ida Silva, além da volta do patrimônio, a Samel devolve algo ainda mais importante.

“Eles estão recuperando a autoestima do torcedor encarnado que estava baixa após termos perdido por inoperância e incompetência, de quem estava à frente do Garantido, um patrimônio de valor inestimável. Só temos a agradecer”, avaliou.

Com os recursos de patrocínio da Samel, o presidente do Garantido está pagando credores com processos na Justiça. De acordo com ele, a próxima fase é de credores que não entraram na Justiça, mas tem declaração de débito.

Após esses, a intenção de Antônio Andrade é pagar credores que não têm advogado, não procuraram a Justiça, mas que todos sabem ser público o débito do Garantido. “Vamos lutar para pagar todo mundo. Só precisamos que todos entendam que isso terá que ser fruto de negociações com o boi”, finalizou Antônio.

Entenda

A Cidade Garantido é um complexo de grandes estruturas onde um dia funcionou a antiga Fabril Juta. Fábrica de sacarias à base da fibra de juta. Com a ruína da juticultura, a fábrica faliu e se tornou uma estrutura abandonada. Nos anos de 1990 o Garantido ganhou autorização de seus proprietários para ocupar o espaço e, então, construir suas alegorias.

Com a conquista da capital Manaus, pela cultura do boi-bumbá, uma articulação entre o Movimento Amigos do Garantido (MAG), o presidente do Garantido, à época, José Walmir, e o então empresário Zezinho Faria, presidente de honra do Garantido, ocorreu a compra do primeiro dos três complexos que formam hoje a Cidade Garantido.

Em 2020, por não pagamento de parcela, perda de prazo e julgamento à revelia (quando a parte intimada não apresenta defesa ou não comparece ao julgamento) o grande galpão de alegorias e complexo administrativo foram levados a leilão pelo Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT11) no dia 24 de julho de 2020. O valor inicial para arremate era de R$ 1,3 milhão.

Evitar o pior

Com a inércia instalada na gestão à frente do Garantido, em 2020, restou ao presidente do Movimento Amigos do Garantido (MAG), Rogério Ozores, tomar uma atitude. Rogério, que é sócio do Grupo Samel, declarou à época:
“A atual diretoria perdeu todos os prazos na Justiça e quando Beto Nicolau (presidente do Grupo Samel) e eu percebemos que um empresário que possui rixa com o Garantido ia entrar no leilão para arrematar o galpão, não podíamos deixar isso acontecer”, detalhou.

Durante a cerimônia, o presidente do MAG estava, visivelmente, emocionado. “Lutei um ano e meio contra a Covid-19 e, hoje, estou nessa cadeira de rodas, porém, o mais importante é que eu queria estar aqui, na Cidade Garantido, patrimônio do meu boi”, declarou em lágrimas Rogério Ozores.

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