Record TV é acusada de racismo por relacionar Beyoncé à magia negra

A hastag #RecordRacista ganhou destaque nas redes sociais e ficou entre as mais citadas do Twitter. (Reprodução/Internet)

Victória Sales – Da Revista Cenarium

MANAUS – Durante o programa “Fala Que Eu Te Escuto”, da emissora Record TV, na madrugada desta quarta-feira, 6, foi transmitida uma reportagem que associava a cantora norte-americana Beyoncé e seu último trabalho, o álbum visual “Black Is King”, com a prática de magia negra.

Não demorou para que os internautas e fãs da cantora se manifestassem nas redes sociais. O termo “magia negra”, usado pelo apresentador da TV Record e também bispo na Igreja Universal, Adilson Silva, causou revolta e foi considerado racista e intolerante.

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De acordo com o apresentador, as pessoas que participaram do trabalho da cantora foram amaldiçoadas e vítimas de trabalho de “amarração”. “Tem muita gente se envolvendo com magia negra. Inclusive pessoas famosas”, disse o apresentador durante o programa.

Segundo a matéria, Beyoncé teria praticado rituais contra uma ex-integrante da banda, Kimberly Thompson. A ex-baterista afirma que foi à Justiça, após a cantora praticar bruxaria. A hashtag #RecordRacista ganhou destaque e foi um dos assuntos mais comentados do Twitter.

“Em pleno 2021, um canal de concessão pública apresenta uma matéria que demoniza as culturas africanas, acusando Beyoncé de praticar “magia negra”, e dizendo que esse termo significa a prática sobrenatural para o mal. Não tem outro nome se não racismo. #RecordRacista” disse um perfil vinculado ao Twitter.

Processos

Vale ressaltar que a emissora Record TV, administrada por Edir Macedo e fundador da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), foi processado em 2019 por veicular ofensas contra religiões de matrizes africanas. A Record foi obrigada a transmitir quatro programas sobre religiões africanas.

Black Is King

Escrito e dirigido por Beyoncé, o álbum visual acompanha The Liona King: The gift, disco lançado para o live-action de ‘O Rei Leão’. O álbum consagra a linguagem e exaltação da cultura e de mulheres negras. Com um elenco na maioria negro, Beyoncé usou elementos de religiões e tradições africanas, entre músicas, moda, danças, entre outros.

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