Refugiados e migrantes expõem produtos e serviços em feira em Roraima
Por: Ian Vitor Freitas*
09 de novembro de 2024
Empreendedora expõe produtos na IntegrArte (Reprodução/OIM)
BOA VISTA (RR) – Artesanato, costura, economia criativa e gastronomia internacional integram a 5ª edição da “IntegrArte”, feira que expõe produtos e serviços feitos por pessoas refugiadas e migrantes em Boa Vista, capital de Roraima. Iniciado na sexta-feira, 8, o evento termina no sábado, 9, no Senac do bairro Asa Branca, das 16h às 21h. Atrações musicais e oficinas para os participantes também fazem parte da programação.
Desde a primeira edição, realizada em 2019, o evento conta com o apoio da Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para Refugiados (Acnur) e da Agência da ONU para as Migrações (OIM). Este ano, 42 empreendedores e empreendedoras participam da feira e são capacitados pelo Sebrae, por meio do projeto Trilha do Conhecimento, que visa prepará-los para esta e outras oportunidades de atendimento e vendas.
Em Boa Vista, o empreendedorismo tem se destacado como uma atividade essencial para a construção e fortalecimento da autonomia econômica da população refugiada e migrante, permitindo que exerçam suas habilidades, gerem renda para suas famílias e avancem no processo de integração local.
De acordo com economista Fábio Martinez, o empreendedorismo de migrantes e refugiados contribui com o desenvolvimento econômico de Roraima. As atividades possibilitam a renda para os setores e geram oportunidades no mercado de trabalho.
O economista Fábio Martinez (Ascom/Sepan)
“Todo empreendimento, toda a loja que se abre aqui no Estado de Roraima, em qualquer lugar, isso é um sinal positivo para a economia. A pessoa que está empreendendo, que está abrindo um novo negócio aqui no nosso Estado, ela está gerando empregos, seja o próprio pessoal dela, que vai gerar uma renda, seja outras pessoas que ela está contratando”, afirmou Martinez.
Participam também da IntegrArte: Fé e Alegria do Brasil, Fraternidade – Federação Humanitária Internacional, Fraternidade Sem Fronteiras, Fundação Pan-Americana de Desenvolvimento (PADF), Hermanitos, Refúgio 343, Serviço Jesuíta para Migrantes e Refugiados (SJMR) e Visão Mundial.
Empreendedorismo feminino
No dia 19 de novembro comemora-se o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. Na feira, dos 42 negócios, 37 são liderados por mulheres refugiadas e migrantes, que encontram no empreendedorismo a alternativa para geração de renda e concilio com as atividades domésticas e familiares.
Zulay Martinez, de 48 anos, faz parte da Warao a Janoko, que é uma comunidade de migrantes indígenas, localizada no município de Cantá em Roraima. Ela participa dessa edição da IntegrArte, mostrando produtos como miçangas, brincos e também panelas de barro feitas na comunidade em que mora.
A migrante indígena Zulay Martinez (Reprodução/Arquivo Pessoal)
“Nas nossas comunidades tem vários empreendedores, e essa feira ajuda muito na economia, porque temos nossos filhos e netos estudando, o que ajuda a manter nossas famílias. Colocar nossos produtos em feiras para vendê-los tem nos servido, tem nos ajudado muito a expor eles ao nível nacional, aqui no Brasil”, destacou a empreendedora.
Produtos feitos à mão por Zulay Martinez (Reprodução/Arquivo Pessoal)
Além disso, a Aacnur, em parceria com o Ministério Público do Trabalho no Amazonas e em Roraima (MPT-AM/RR) e a Associação Hermanitos, desenvolve o projeto Mujeres Fuertes, com o objetivo de fomentar os negócios de empreendedoras e fortalecer a construção de redes de apoio e solidariedade entre as participantes.
A IntegraArte
Há cinco anos, as organizações que formam parte do comitê de discussão sobre Trabalho na Operação Acolhida têm realizado a IntegraArte como parte da resposta humanitária em Roraima para promover a integração socioeconômica e a independência financeira da população refugiada e migrante. A feira é também uma oportunidade de construção de redes locais, diante da troca com a comunidade brasileira.
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