Reino Unido proíbe promoção de salgadinho e refil de refrigerante para reduzir obesidade

A medida que proíbe refil de refrigerante faz parte de um programa para reduzir a obesidade e o sobrepeso, que atingem quase dois terços dos adultos ingleses (Photo Illustration by Mario Tama/Getty Images)

Com informações da Folhapress

SÃO PAULO – “Pague 2 e leve 3” será uma promessa proibida para batatinhas, balas e todos os alimentos com alto teor de gordura, sal ou açúcar no Reino Unido, anunciou nesta segunda-feira, 28, o governo britânico. Esses produtos também não poderão ser mais promovidos em locais de alta visibilidade, como a entrada das lojas, os caixas ou as páginas principais de sites de e-commerce.

A medida faz parte de um programa para reduzir a obesidade e o sobrepeso, que atingem quase dois terços dos adultos ingleses e custam por ano 6 bilhões de libras (R$ 42 bi) ao sistema nacional de saúde, segundo o governo. O problema também atinge as crianças: a cada 3 alunos que terminam o ensino primário, 1 está acima do peso recomendado.

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Para as autoridades de saúde britânicas, a localização dos produtos dentro das lojas “aumenta o ‘poder de importunar’ das crianças e afeta significativamente as compras das pessoas”. Por exemplo, refrigerantes expostos nas pontas dos corredores têm suas vendas elevadas em mais de 50%, de acordo com o governo.

O Ministério da Saúde anunciou que refis gratuitos de refrigerantes e outras bebidas açucaradas também serão proibidos em todos os bares e restaurantes. As regras valem para vendas físicas ou online, e varejistas e estabelecimentos terão até abril de 2022 para se adaptar às novas regras.

De acordo com o governo britânico, dados mostram que, em vez de ajudar consumidores a economizar, as promoções aumentam as vendas dos produtos em cerca de 20%, aumentando o consumo de alimentos gordurosos e bebidas açucaradas. “Queremos que a escolha mais fácil seja a escolha saudável”, afirmou a ministra de Saúde Pública, Jo Churchill.

As proibições anunciadas nesta segunda fazem parte de um plano anunciado pelo premiê Boris Johnson em julho, após se recuperar da Covid-19. O primeiro-ministro conservador, que chegou a ser internado na UTI por causa do novo coronavírus, afirmou que estava acima do peso e ressaltou que a obesidade é um dos principais fatores de complicação e morte por Covid-19.

Além de proibir as promoções, o Reino Unido restringiu anúncios de junk food antes das 21h e quer proibi-los totalmente. Lançou também a campanha Janeiro Seco, que tenta convencer os britânicos a passar o próximo mês sem tomar bebidas alcóolicas.

O esforço é apoiado por um aplicativo oficial, o Try Dry, que informa quantas calorias deixaram de ser consumidas, quantas libras foram economizadas e premia os inscritos com “distintivos virtuais”. Segundo o governo, 70% dos que passaram um mês sem beber em campanhas anteriores dormiram melhor, 86% afirmaram ter economizado dinheiro e 65% disseram ter visto melhoras na saúde em geral.

Apesar das justificações de saúde pública, as investidas do governo sobre a indústria de alimento são alvo de crítica de parte dos eleitores do Partido Conservador, que as consideram uma intervenção indevida do Estado sobre a capacidade de julgamento e a liberdade dos cidadãos britânicos.

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