Rejeição a militares em cargos no Governo Bolsonaro chega a 54%, diz Datafolha

Jair Bolsonaro attends a inauguration ceremony at the Ministry of Defense in 2019 (Pedro Ladeira /Folhapress)
Com informações da Folha de S. Paulo

SÃO PAULO – A maior parte da população rejeita a nomeação de militares para cargos no governo federal, de acordo com o Datafolha. Pesquisa feita pelo instituto nos dias 11 e 12 deste mês aponta que 54% dos entrevistados são contrários à presença dos fardados nesses postos, ante 41% que são favoráveis.

Não souberam opinar 5% dos entrevistados. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O Datafolha ouviu de maneira presencial 2.071 pessoas em todo o país, e o nível de confiança é de 95%.

Um ano atrás, o instituto também fez esse questionamento, e a rejeição às nomeações também venceu: 52% se disseram contrários à presença dos militares no governo, ante 43% favoráveis.

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Governo militarizado

Promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a indicação de militares para ministérios e outros cargos de relevância atingiu na atual gestão níveis inéditos desde o fim do regime militar, em 1985.

Bolsonaro, ele próprio um capitão reformado do Exército, hoje tem sete ministros militares. Até postos de perfil puramente político, como a Secretaria de Governo, que organiza a articulação junto ao Congresso, chegaram a ficar com os fardados.

Milhares de militares assumiram postos em variadas áreas da estrutura estatal. Reportagem da Folha em março mostrou que, no topo de 19 estatais vinculadas à União, havia 92 integrantes das Forças Armadas —dez vezes mais do que em 2018, na gestão de Michel Temer.

Estão em posições tão diversas como as chefias dos Correios, da Valec (estatal de infraestrutura ferroviária) e da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), vinculada ao Ministério da Educação. Um general assumiu ainda a principal empresa brasileira, a Petrobras, e o vice-presidente, Hamilton Mourão, também é oficial da reserva.

Já na campanha eleitoral, o entorno do presidente era composto por fardados, como o agora ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

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