Relatório da OMS e Banco Mundial afirma que mundo não aprendeu com a pandemia da Covid-19

Médicos transportam paciente de Covid-19 em hospital de Kiev, na Ucrânia (Stanislav Kozliuk/Reuters)

Com informações do Infoglobo

BERLIM — Um ano e meio depois da explosão da pandemia da Covid-19, o mundo continua apresentando uma resposta insuficiente e não aprende com seus erros, advertiu, nesta terça-feira, um organismo independente criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Banco Mundial, conhecido como Conselho de Monitoramento da Preparação Global (CMPG).

“Se o primeiro ano da pandemia da Covid-19 foi definido por um fracasso coletivo, em levar a sério a preparação e a agir rapidamente com base na ciência, o segundo foi marcado por profundas desigualdades e um fracasso dos governantes em compreender nossa interdependência e atuar”, afirma um relatório do CMPG.

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A pandemia revelou um mundo “desigual, dividido e irresponsável”, afirma o relatório do organismo publicado em Berlim, no momento em que o número de mortes pela Covid-19 se aproxima de cinco milhões no planeta. Levando em consideração a mortalidade relacionada direta e indiretamente ao coronavírus, a OMS calcula que o número total de óbitos pode ser de duas a três vezes superior.

Das mais de seis bilhões de doses de vacinas administradas no mundo, apenas 1,4% foi aplicado em países pobres, denunciou no início do mês a diretora geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo Iweala.

“O progresso científico durante a Covid-19, especialmente, a velocidade de desenvolvimento das vacinas, é um motivo de orgulho”, afirma o copresidente do GPMB, Elhadj As Sy, no prefácio do relatório. Apesar do elogio, ele também destaca pontos negativos.

“Porém, devemos sentir uma profunda vergonha diante das múltiplas tragédias, como o acúmulo de vacinas, a devastadora escassez de oxigênio nos países de baixa renda, a geração de crianças privadas de educação, a desintegração das economias e a fragilidade dos sistemas de saúde”, completou o senegalês, especialista em ajuda humanitária.

As milhões de mortes provocadas pela pandemia “não são normais, nem aceitáveis, mas, lamentavelmente, há poucas evidências de que aprendemos as lições corretas desta pandemia”, destacou.

O CMPG  declarou, em 2020, que a pandemia já havia revelado até que ponto o mundo não estava bem preparado para novas grandes epidemias, apesar das advertências de que elas eram inevitáveis.

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