Início » Central da Política » Relatório sobre viagem de Bolsonaro à Rússia é colocado sob sigilo de 5 anos
Relatório sobre viagem de Bolsonaro à Rússia é colocado sob sigilo de 5 anos
Compartilhe:
20 de abril de 2022
Com informações da Folha de S. Paulo
BRASÍLIA – O Ministério das Relações Exteriores colocou sob sigilo de cinco anos relatório da viagem feita em fevereiro pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) à Rússia.
O relatório produzido pela embaixada em Moscou recebeu o grau de sigilo reservado em 21 de fevereiro deste ano e só poderá ser divulgado a partir do mesmo dia de 2027. O governo também escondeu com uma tarja preta o campo “razões para classificação” no TCI (Termo de Classificação da Informação) assinado pelo Itamaraty.
A pasta cita como fundamento legal para o sigilo do relatório um trecho da Lei de Acesso à Informação que permite a restrição em casos que podem “prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do país ou as que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais”.
PUBLICIDADE
O Itamaraty informou sobre o sigilo no último dia 12, em resposta ao requerimento de informações apresentado pela bancada do PSOL na Câmara. O órgão também não detalhou as razões de o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente, ter integrado a viagem.
As respostas se limitaram a dizer que “a designação da comitiva presidencial é prerrogativa da Presidência da República” e informou que não houve despesas do governo federal com o político carioca na Rússia. Bolsonaro esteve com o presidente russo, Vladimir Putin, no dia 16 de fevereiro, dias antes do início da Guerra da Ucrânia.
O governo federal tem recebido críticas por impor sigilo sobre informações sensíveis à gestão Bolsonaro.
Depois da resposta do Itamaraty, a bancada do PSOL apresentou um pedido de convocação do chanceler Calos França “para prestar esclarecimentos” sobre a restrição de acesso aos relatórios das viagens à Rússia e Hungria.
O governo Bolsonaro chegou a colocar sob sigilo informações sobre reuniões e visitas ao Palácio do Planalto realizadas pelos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, apontados como pivôs do escândalo do balcão de negócios do Ministério da Educação. Na última quinta (14), o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) recuou e disse que a dupla esteve 35 vezes no Planalto desde o começo do governo.
O governo também restringiu dados sobre as visitas de Carlos Bolsonaro ao Planalto. Desde o primeiro ano de seu mandato o presidente promete abrir os gastos com o cartão corporativo, o que ainda não foi feito.
Na resposta aos deputados do PSOL, o Itamaraty também disse não ter conhecimento sobre reuniões da comitiva brasileira na Rússia com representantes de aplicativos de mensagem, como o Telegram.
A pasta também apenas reproduziu o comunicado conjunto dos governos do Brasil e da Rússia em respostas sobre temas abordados na conversa de Bolsonaro e Putin. Sobre alguns dos tópicos, como a relação com apps ou direitos sexuais e reprodutivos, o governo afirmou que o tema “não consta no comunicado”.
O Itamaraty ainda anexou à resposta documento que mostra mudança em acordo de 2018 de Brasil e Rússia sobre “proteção mútua de informações classificadas” para “atualizar os níveis de equivalência de classificação da informação”. O papel foi assinado em Moscou pelo ministro do GSI, Augusto Heleno.
Por fim, o ministério informou que gastou US$ 96,8 mil em passagens e diárias da comitiva de Bolsonaro, US$ 125,3 mil para aluguel de veículos, US$ 9.600 com intérpretes, US$ 12,6 mil com escritório de apoio e material de escritório e US$ 890 com cerimonial.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.