‘Renda, floresta e vida’: estudo destaca as potencialidades naturais da Reserva Extrativista Verde Para Sempre, no Pará

A pesquisa foi realizada entre os meses de janeiro de 2021 e março de 2022 (Divulgação)
Diovana Rodrigues – Da Revista Cenarium

MANAUS – O estudo ‘Renda, floresta e vida: um plano para a Reserva Extrativista Verde Para Sempre’, cujo principal objetivo é a construção de planos de negócios no âmbito da maior reserva do País, localizada em Porto de Moz, no Pará (PA), com foco na geração de renda para a população local e preservação da floresta foi divulgado pelo Instituto Interelo. A pesquisa foi realizada entre os meses de janeiro de 2021 e março de 2022, com financiamento da Climate and Land Use Alliance (Clua).

Reserva Extrativista Verde Para Sempre (Distribuição: Instituto Interelos – 2022)

Habitado por 2.235 famílias, o território do Moz, no Pará, “é fruto de lutas sociais para preservar a integridade dos territórios comunitários, bem como suas atividades econômicas e recursos naturais”, conforme aponta o documento. O estudo, dividido em quatro fases principais, segundo informações do Instituto, corresponde a:

  1. Articulação estratégica com atores locais para a convergência de propósitos, visando compreender quais as cadeias de valor com potencial para o desenvolvimento de planos de negócios;
  2. Estudo em profundidade sobre as necessidades organizacionais, de produção, comercialização e marketing para produtos derivados das cadeias de valor priorizadas;
  3. Compreensão do modelo educacional (Casa Familiar Rural) e identificação de oportunidades de melhoria e integração com as cadeias de valor priorizadas;
  4. Elaboração de dois planos de negócios para cadeias priorizadas de modo participativo com atores locais e definição de uma estratégia de financiamento para estruturação e implementação de cadeias de valor atrativas e viáveis.

A região do VERDE possui três formações territoriais distintas: a área de várzea (períodos de cheia e vazante), a área de transição (trechos com características de várzea e de floresta) e a floresta de terra firme (ambientes não inundáveis, com aptidão natural para a exploração madeireira). Sendo divididas da seguinte forma:

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Regionalização das Atividades Econômicas na VERDE (Divulgação/Instituto Interelos)

Cadeias priorizadas

Alternativas de desenvolvimento sustentável na maior unidade de conservação do Brasil, as castanhas possuem as fragilidades de “o mercado competidor compreender tanto os intermediários como as indústrias de beneficiamento local e central (Belém) que atuam com estruturas de intermediação próprias, baixando os preços num modelo oligopsônico, onde há poucos compradores e inúmeros vendedores.

Segundo o estudo, há ainda uma irregularidade de produção não compreendida cientificamente que afeta a previsibilidade de produção. O texto aponta que existe também uma tendência à diminuição da produção a partir de 2040, no Estado do Pará, o que pode afetar a comercialização, além de graves problemas sanitários que hoje são impeditivos para acessar mercados mais exigentes, inclusive, o internacional”.

Os óleos possuem alta demanda por insumos de matérias-primas da biodiversidade para a indústria farmacêutica e de cosméticos, mas, em contrapartida, “a necessidade de organização da base produtiva e com a logística de escoamento complexa; dificuldades na garantia de quantidade, qualidade e preço
competitivo; informações sobre volume de produção dos demais óleos são difusas e não permitem gerar estatísticas mais precisas; acesso a mercados de maior valor agregado”.

Ainda não há uma diferenciação do mercado para a madeira de manejo comunitário (oportunidade e desafio para desenvolvimento de mercado); concorrência desleal com a oferta ilegal e ocorrência de extrações madeireiras ilegais nas áreas comunitárias; (…) operação, tradicionalmente, masculina, podendo excluir populações mais vulneráveis, embora haja um crescente interesse e inserção de mulheres e jovens, especialmente, em tarefas administrativas e de gestão”.

Açaí e pescado

Ainda sobre as cadeias priorizadas, a pesquisa analisou que, dessa forma, “o desenvolvimento de planos e negócio para as cadeias do açaí e do pescado contribui para a estruturação de cadeias de valor nesses ambientes, gerando alternativas para estas comunidades e reduzindo sua sensibilidade para interesses contrários à reserva extrativista”.

Por fim, discute sobre a participação da sociedade nas políticas públicas, em que avaliou as experiências de participação que deixaram de atuar ou nem começaram, revisou as composições das instâncias permanentes em que a representação da sociedade civil é minoritária, nas esferas federal, estadual e municipal, o estabelecimento de incentivos e medidas, além da revisão de regulamentações.

Leia o estudo na íntegra:

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