Retrospectiva: veja cinco fatos que marcaram a Amazônia em 2024
Por: Marcela Leiros
31 de dezembro de 2024
Crises ambientais , visitas internacionais inéditas e mudanças no cenário político regional marcaram ano na Amazônia (Composição: Luis Paulo Dutra/CENARIUM)
MANAUS (AM) – O ano de 2024 foi um ano de intensos acontecimentos para a Amazônia, marcado por crises ambientais históricas, visitas internacionais inéditas e mudanças no cenário político regional. A região esteve no centro das atenções nacionais e globais, reforçando sua importância ambiental para o planeta.
O território foi palco de uma seca recorde que afetou profundamente comunidades locais, queimadas sem precedentes que devastaram vastas áreas da floresta, a histórica visita do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e eleições marcadas pela ascensão de candidatos aliados à direita na região.
Queimadas
Desde o início do ano, as queimadas se espalharam pelos principais biomas brasileiros (Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pampa e Pantanal), em uma escala preocupante. O Monitor do Fogo do MapBiomas apontou que, até setembro, o País havia queimado 150% a mais de área do que a média do ano passado, no mesmo período.
Dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de 2024, indicam que a Amazônia teve o maior número de focos de calor dos últimos 17 anos. Até o início de dezembro foram 137.538, o que inclui queimadas, controladas ou não, e incêndios florestais. O período só não foi pior do que em 2007, que registrou 186.480 focos. A região concentrou 50,6% de todos os focos de incêndios do País.
Partículas de poluição no ar das queimadas na Amazônia se espalharam pelo Brasil, segundo o CAMS, o Serviço de Monitoramento da Atmosfera do Copernicus (Copernicus)
Seca
O ano de 2024 ficará marcado como um dos mais desafiadores para a Amazônia, devido à intensa seca que afetou a região. A estiagem prolongada agravou a crise hídrica, impactando diretamente a vida de milhares de pessoas que dependem dos rios para transporte, abastecimento de água e irrigação agrícola.
Especialistas apontaram que a seca extrema foi intensificada por fatores climáticos globais, como o fenômeno El Niño, e por mudanças climáticas que vêm pressionando o equilíbrio ambiental da região.
As consequências foram severas: plantações foram perdidas, comunidades ribeirinhas enfrentaram dificuldades no acesso a água potável e alimentos, e serviços essenciais, como saúde e educação, ficaram comprometidos em áreas isoladas.
Em resposta, o governo federal reconheceu a situação de emergência em 53 municípios do Acre, Amazonas, Roraima e Rondônia, e destinou R$ 11,7 milhões para ações de defesa civil nos Estados mais afetados, como Amazonas e Roraima.
Biden na Amazônia
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desembarcou em Manaus em novembro para uma visita histórica à Amazônia, se tornando o primeiro presidente em exercício do país a conhecer a região. Na capital amazonense, Biden sobrevoou o Encontro das Águas, a Reserva Florestal Adolpho Ducke e o Museu da Amazônia (Musa), para onde seguiu após o passeio.
Joe Biden em Manaus (Reprodução/Casa Branca)
No museu, o presidente fez uma trilha em um trecho de vegetação nativa e se encontrou com lideranças indígenas. Biden anunciou um aporte de US$ 50 milhões ao Fundo Amazônia e falou, em pronunciamento que ninguém pode reverter o que chamou de “revolução da energia limpa“, em referência a formas de energias renováveis que não causam poluição atmosférica.
“Não é segredo que deixarei o cargo em janeiro. Deixarei para meu sucessor e para meu país uma base sólida para construir, caso decidam fazê-lo. É verdade que alguns podem tentar desviar do caminho ou desacelerar a revolução da energia limpa que está em andamento na América. Mas ninguém, ninguém pode revertê-la. Ninguém. Não quando tantas pessoas, independentemente de partido ou política, estão desfrutando de seus benefícios. Não quando países ao redor do mundo estão aproveitando a revolução da energia limpa para avançar por conta própria“, declarou.
Eleições Amazônia
Na Região Norte, os resultados das eleições às prefeituras das capitais indicaram a força de candidatos alinhados com a direita e a extrema direita, e as relações diretas com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Nas sete capitais da região, esses políticos garantiram a vitória no primeiro turno ou avançaram para o segundo turno.
Em capitais como Manaus (AM), Belém (PA) e Porto Velho (RO), nomes com conexões com o ex-presidente ou que defendem pautas da direita radical obtiveram destaque nas urnas. O fenômeno reflete a continuidade da influência política do ex-mandatário e o fortalecimento de propostas de segurança pública rígida, assim como o conservadorismo nos costumes e redução do poder do Estado, pautas centrais da agenda bolsonarista.
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