Rio de Janeiro cancela festa de Réveillon: ‘Tomo a decisão com tristeza’, diz prefeito

Réveillon em Copacabana com queima de fogos (Gabriel de Paiva / Agência O Globo)
Com informações do Infoglobo

RIO – O prefeito Eduardo Paes anunciou, na manhã deste sábado, 4, na sua conta de Twitter, que o Rio de Janeiro não terá festa de Réveillon este ano na Praia de Copacabana e em outros pontos da cidade, como tradicionalmente ocorre. Segundo ele, entre a decisão dos comitês científicos municipal e estadual, vai valer sempre a mais restritiva.

“O Comitê da prefeitura diz que pode. O do Estado diz que não. Então não pode. Vamos cancelar dessa forma a celebração oficial do Réveillon do Rio”, escreveu ele na rede social, destacando uma matéria publicada pelo jornal Extra com especialistas.

Paes também explicou que vinha conversando com o governador Claudio Castro e que a recomendação de cancelamento não era o que ele vinha lhe passando até então. Ele ressaltou que está acatando a decisão estadual.

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“Se é esse o comando do Estado (não era isso o que vinha me dizendo o governador), vamos acatar. Espero poder estar em Copacabana abraçando a todos na passagem de 22 para 23. Vai fazer falta, mas o importante é que sigamos vacinando e salvando vidas”, explicou.

Por fim, ele lamentou que a festa tenha que ser cancelada, e ressaltou as dificuldades em relação a medidas de segurança sanitária e de logística para se organizar a festa em tão pouco tempo.

“Tomo a decisão com tristeza, mas não temos como organizar a celebração sem a garantia de todas as autoridades sanitárias. Infelizmente não temos como organizar uma festa dessa dimensão, em que temos muitos gastos e logística envolvidos, sem o mínimo de tempo para preparação”, pontuou o prefeito.

O Comitê Científico da Secretaria de Estado de Saúde (SES) orienta também as outras cidades do estado e suas respectivas festas. Nem todas as prefeituras já tomaram uma decisão definitiva em relação ao Réveillon. O principal temor é em relação à falta de conhecimento que a comunidade científica tem sobre a nova variante do Sars-Cov2, a Ômicron.

“No meu entendimento, essa decisão, que não é definitiva, é baseada em incertezas, que certamente, ao longo das próximas semanas, a gente vai compreender melhor o comportamento dessa nova linhagem. O combinado é que essa decisão vai ser postergada por mais alguns dias. Em havendo mudança nesse cenário, isto é, tendo melhores respostas, vamos poder tomar a melhor decisão”, disse o secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, em entrevista ao O GLOBO.

Festas pelo Brasil

Antes do Rio de Janeiro, outras 21 capitais brasileiras também já haviam anunciado o cancelamento da festa de Réveillon. Entre elas, estão São Paulo, Florianópolis, João Pessoa, Fortaleza e Recife. Na maioria dos casos, no entanto, os anúncios não foram acompanhados de novas medidas restritivas, e festas particulares continuam permitidas.

“Não basta olhar para o panorama de hoje. É preciso fazer projeções, o que é complicado com a Covid. É cada vez mais raro ter um caso grave na cidade. O que protege é a alta cobertura vacinal, mas se tiver uma comprovação científica de que a nova variante a ultrapassa, a gente perde nossa principal barreira”, diz Daniel Soranz, secretário municipal de Saúde do Rio, em entrevista ao O GLOBO, nesta semana.

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