Rio Negro atinge novo nível mínimo histórico e agrava estiagem no Amazonas
22 de outubro de 2023
Indígena observa estiagem no Amazonas (Alex Pazuello/Secom)
Da Revista Cenarium Amazônia*
RIO DE JANEIRO (RJ) – O agravamento da estiagem que atinge o Amazonas fez o Rio Negro, um dos principais da região, atingir novo nível mínimo histórico. De acordo com o Porto de Manaus, responsável pela medição, a cota do rio chegou a 13,19 metros, na sexta-feira, 20.
Desde o fim de abril deste ano, o nível tem se reduzido gradativamente. A previsão é que ele continue baixando até o início de novembro, quando termina o período de estiagem.
Para se ter uma ideia, o recorde de alta já medida foi 30,02 metros, em 16 de junho de 2021. Atualmente, alguns rios do Estado parecem estradas de barro com bolsões d’água e embarcações atoladas.
A estiagem causa efeitos em praticamente todo o Amazonas. De acordo com o último boletim do governo estadual, divulgado na sexta-feira, 20, 59 dos 62 municípios amazonenses estão em situação de emergência. Um está em alerta e dois em normalidade. Ainda segundo o boletim, 146 mil famílias foram afetadas, o que representa 590 mil pessoas.
Estiagem no Arquipélago de Anavilhanas, Amazonas (Lalo de Almeida/Reprodução)
Esta semana, a Marinha, por meio do Navio de Assistência Hospitalar Soares de Meirelles, em ação conjunta com o Exército e autoridades locais, distribuiu mais de 6 mil cestas básicas e 1,1 mil caixas de água mineral em municípios da região do Alto Solimões. A distribuição começou pelo município de Tabatinga, perto da fronteira com a Colômbia e o Peru.
Segundo a Marinha, o navio é “o principal meio de transporte para distribuição de cestas básicas e suprimentos essenciais na região”. A embarcação deve percorrer 1.350 quilômetros, incluindo os municípios de Benjamin Constant, Atalaia do Norte, Amaturá, Santo Antônio do Içá e Tonantins.
“A estiagem prolongada colocou diversas comunidades em situação de fragilidade, devido às dificuldades de abastecimento que estão enfrentando. Essa operação é muito importante por trazer uma resposta imediata e ajudá-los a superar esse momento de dificuldade”, disse o capitão de fragata Ricardo Sampaio Bastos, capitão dos Portos de Tabatinga.
O Navio Soares Meirelles também atua no atendimento primário à saúde e distribuição de medicamentos para comunidades ribeirinhas e indígenas.
Em outra ação de ajuda federal, o Ministério da Saúde anunciou, na segunda-feira, 16, uma verba de R$ 225 milhões, para reforçar o atendimento no Amazonas, em razão da forte estiagem.
Na semana passada, o ministério enviou ao Amazonas sete kits calamidade, contendo 32 medicamentos e 16 insumos, com capacidade para atender a 10,5 mil pessoas por até um mês.
Na quinta-feira, 19, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou, por telefone, com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro. Os dois chefes de Estado abordaram o tema da seca que atinge a Amazônia.
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