Rondônia tem 10 cidades com surto de dengue; casos aumentaram 602%
19 de dezembro de 2022
O aumento é de 602% em comparação com o ano passado (Reprodução)
Iury Lima – Da Revista Cenarium
VILHENA (RO) – O alerta que reúne dados compilados desde o mês de julho deste ano, da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), aponta que dez, dos 52 municípios de Rondônia, estão enfrentando surtos de dengue, doença que cresceu mais de 600% no Estado, em 2022.
Somados, os casos confirmados nos municípios que estão em situação mais crítica ultrapassam 5 mil diagnósticos da doença. Para classificar o cenário como “surto” de dengue, a agência leva em conta os indicadores populacionais das cidades, que variam de 4 mil a 100 mil habitantes.
Casos cresceram 602%, de janeiro até a primeira quinzena de dezembro, em comparação com o mesmo período de 2021 (Thiago Alencar/CENARIUM)
Explosão de casos
Ainda segundo a Agevisa, a situação é alarmante em outras 11 cidades. Mais de 11 mil casos de dengue foram contabilizados em Rondônia desde janeiro, enquanto os casos de zika vírus e chikungunya caíram 9% e 40%, até novembro. Essas três doenças são transmitidas pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti.
A explosão de casos de dengue foi confirmada pela Agevisa no último mês, quando a disseminação da doença já havia crescido 623% em relação ao mesmo período de 2021: os primeiros 11 meses do ano. O cenário segue se agravando e preocupando as autoridades.
Casos de dengue subiram 623%, em Rondônia, em um ano (Thiago Alencar/CENARIUM)
Já em relação ao atual momento, de janeiro à primeira quinzena de dezembro, o aumento é de 602% em comparação com o ano passado.
Sem lixo, sem mosquito
Para a pasta ligada à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau-RO), o ideal é redobrar os cuidados contra o Aedes aegypti, que costuma se reproduzir muito mais, agora, durante o verão, quando os meses são mais chuvosos e os criadouros do mosquito tendem a surgir com mais frequência. Por isso, é importante eliminar água armazenada em vasos de plantas, pneus, garrafas e piscinas.
Eliminar potenciais criadouros do mosquito é a melhor prevenção contra a dengue (Erenaldo da Cunha Santos/Governo de Rondônia)
“Pedimos a colaboração de todos, que cuidem das suas casas, principalmente, do quintal”, reforça o diretor-geral da Agevisa, em Rondônia, Gilvander Gregório de Lima. “A dengue é uma doença que muito preocupa a saúde pública, e nosso maior chamamento é para juntos colocarmos um fim no desleixo com o lixo, ambiente propício aos criadouros”, acrescentou o diretor.
Triste estimativa
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) prevê que o Brasil termine 2022 com recorde negativo no número de casos e óbitos pela doença. Até dezembro, morreram 978 pessoas de Norte a Sul do País, quase a marca alcançada em 2015, ano em que houve mais mortes por dengue: 986 vítimas.
As mortes cresceram 400% e os casos confirmados, 172,4% no comparativo entre 2021 e 2022. Segundo boletim do Ministério da Saúde (MS), o País já ultrapassou 1,4 milhão de casos. No ano passado inteiro, foram 544 mil registros da doença.
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