Roraima registra 663 medidas protetivas por violência doméstica no primeiro trimestre


25 de maio de 2023
Roraima registra 663 medidas protetivas por violência doméstica no primeiro trimestre
Relatório foi elaborado pela Coordenadoria de Violência Doméstica. (Nucri/TJRR)
Bianca Diniz – Da Revista Cenarium

BOA VISTA (RR) – O Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) divulgou um relatório nessa quarta-feira, 24, que analisa a situação da violência doméstica. No primeiro trimestre deste ano, foram registradas 663 concessões de medidas de proteção, um acréscimo de 51,51% em relação ao mesmo período do ano passado. O documento, elaborado pela Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, busca analisar o combate a esse tipo de violência no Estado.

Gráfico anexado ao relatório (TJRR/Reprodução)

A juíza da Coordenadoria de Violência do TJRR, Suelen Alves, ressaltou que o relatório evidencia um crescente nível de conscientização entre as mulheres e a sociedade como um todo. “Diante destes resultados, identificamos que elas [mulheres vítimas de violência], não esperam que algo mais grave ocorra para pedir a Medida Protetiva, e isso faz com que a proteção seja mais efetiva. Demonstra também que a lei está sendo aplicada e cada vez mais divulgada perante a sociedade que utiliza dos meios legais para se ver livre de qualquer tipo de violência”, explicou a juíza.

Juíza relaciona aumento das medidas protetivas com conscientização. (TJRR/Reprodução)

Por município

De acordo com o relatório, a capital Boa Vista ocupa a primeira posição no ranking geral de concessão de medidas protetivas no Estado, com uma prevalência de 85,1% durante o último trimestre. Entre os municípios do interior, Pacaraima possui o total de 3% das medidas protetivas concedidas no trimestre. São Luiz obteve a segunda posição, com 2,9%, seguido por Mucajaí, que alcançou 2,7% do total estadual no mesmo período. Os demais municípios registraram uma média percentual inferior a 2,5% em relação ao total de concessões no estado.

Além disso, o documento aponta que cerca de 106 intervenções judiciais foram direcionadas às mulheres venezuelanas no Estado, e 20 foram relacionadas a casos de violência doméstica, representando 16% do total.

Média histórica

Conforme os registros da Coordenadoria de Violência, entre 2018 e 2022, foram concedidas mais de 1.500 medidas protetivas de urgência anualmente, representando um aumento médio de 157 concessões por mês. As ações visam garantir a segurança das vítimas de violência doméstica, oferecendo suporte legal e mantendo uma distância segura dos agressores. Em média, cinco mulheres por dia obtiveram proteção.

Alterações na Lei

O governo federal sancionou alterações na Lei Maria da Penha, em abril, por meio do Projeto de Lei (PL) 1604/2022, que visa aprimorar a proteção às mulheres vítimas de violência. As medidas protetivas passam a ser concedidas com base no depoimento da vítima à polícia, sem a necessidade de tipificação criminal, ação judicial, inquérito ou boletim de ocorrência.

De acordo com a nova redação da lei, a Justiça pode determinar o afastamento do agressor da mulher caso ela relate estar em risco físico, psicológico, sexual, patrimonial ou moral. Essa medida busca agilizar o processo de proteção à vítima, garantindo sua segurança e bem-estar.

A Lei Maria da Penha (11.340/2006) foi criada com o objetivo de coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Entre as suas disposições, está a obrigatoriedade do afastamento do agressor do local de convivência da vítima, assim como a proibição de se aproximar dela.

Confira o relatório:

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