Sabedoria de indígenas do Chile com plantas pode ser solução para vacina contra Covid-19
06 de outubro de 2020
Até dez mil voluntários deverão participar do estudo da vacina com a planta chilena (Felipe Cantillana/ Prochile)
Da Revista Cenarium*
MANAUS – A árvore conhecida como quilaia, usada de forma medicinal pelo povo indígena mapuche há tempos, entra na mira de pesquisadores para desenvolvimento da vacina contra Covid-19. Uma empresa do Chile tem estudado as propriedades extraídas da casca e da madeira, como princípio ativo da imunização, considerada pela indústria farmacêutica uma inovação na área.
Desde o século 17, o povo mapuche conhece as propriedades curativas da casca e das flores do Küllay, como eles chamam a árvore. A espécie pode atingir 20 metros de altura e ter um tronco de até 1,5 metro de diâmetro. Entre as folhas verdes e lisas são encontradas flores branco-amareladas em forma de estrelas.
Na medicina indígena, o extrato da casca é tradicionalmente utilizado como expectorante em casos de doenças respiratórias. Uma infusão ou tintura alcoólica das flores também é usada para tratar doenças reumáticas, enquanto o extrato de sua casca pode ajudar contra doenças estomacais.
Descoberta
Também conhecida como árvore de casca de sabão, a quilaia (Quillaja saponaria) contém uma casca cinza e rachada, com saponinas – conhecidos pelo tensoativos naturais à base de plantas, ou seja, substâncias semelhantes a sabão que, ao entrarem em contato com a água, desenvolvem uma espuma estável.
Entre as folhas verdes e lisas como o couro, escondem-se pequenas flores branco-amareladas em forma de estrelas. (Reprodução/ Internet)
“O fato de uma empresa farmacêutica internacional usar essa substância no desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19 nos ajuda a demonstrar o valor dessa árvore. Esperamos que isso leve a uma mudança de mentalidade e que as pessoas não continuem convertendo a quilaia em lenha de maneira negligente”, acrescenta.
Distribuição
O diretor administrativo da Desert King, Andrés González, destaca que a empresa possa liberar as primeiras doses da vacina no início de 2021, após a conclusão do estudo de fase três. “Ainda não é possível prever atualmente quando uma imunização contra o coronavírus estará de fato disponível e como sua distribuição será regulada. Se tornando uma das onze pesquisas a alcançarem tal etapa no mundo inteiro. Até dez mil voluntários com idades entre 18 e 84 anos deverão participar do estudo”, declarou.
“A vacinação é composta por dois elementos: o antígeno e o chamado adjuvante. O antígeno ativa as defesas do próprio corpo, enquanto o adjuvante transporta o antígeno para as células. Além disso, essa substância aumenta a resposta imunológica do corpo”, explica González.
(*) Com informações da Agência DW e da Desert King
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