Saiba quais codinomes grupo usava em plano para matar Lula, Alckmin e Moraes


Por: Bianca Diniz

19 de novembro de 2024
Geraldo Alckmin, Lula e Alexandre de Moraes (Composição de Weslley Santos/CENARIUM)
Geraldo Alckmin, Lula e Alexandre de Moraes (Composição de Weslley Santos/CENARIUM)

MANAUS (AM) – O relatório divulgado pela Polícia Federal (PF) sobre as ações da Operação Contragolpe, que resultou na prisão de militares “kids pretos” nesta terça-feira, 19, revela detalhes sobre um plano criminoso de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Lula (PT) em 2022. O grupo, intitulado “Copa 2022”, adotava codinomes para se referir aos alvos.

Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) eram denominados pelos conspiradores como “Jeca” e “Joca”, respectivamente. Um terceiro codinome, “Juca”, também foi utilizado para identificar uma pessoa, mas, segundo a PF, não há elementos suficientes para determinar a quem o nome se referiria.

Militares usavam codinomes para se referir a Lula, Alckmin e Moraes em grupo secreto (Reprodução/Agência Brasil)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes era chamado de “Professora” pelos envolvidos, incluindo Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A PF confirmou que Cid tinha conhecimento do plano para matar o presidente.

Nomes de países

Além disso, os membros do grupo usavam codinomes associados a países para se comunicarem de forma segura em um grupo de mensagens criptografadas. Entre os codinomes estavam Alemanha, Áustria, Brasil, Argentina, Gana e Japão.

O planejamento operacional da organização recebeu o nome de “Punhal Verde e Amarelo”. O assassinato de Lula, Alckmin e Moraes estava agendado para ocorrer em 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação de Lula pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A Polícia Federal cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, três de busca e apreensão e 15 medidas cautelares. Entre os alvos da operação estavam quatro militares, incluindo um general da reserva e ex-assessor de Jair Bolsonaro, e um policial federal. O Exército acompanhou a execução dos mandados nos Estados do Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e no Distrito Federal.

Militar que atuou no AM é preso

O ex-comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais do Comando Militar da Amazônia (CMA), em Manaus, tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, é um dos presos na “Operação Contragolpe“. Além de Lima, foram presos outros militares e um policial federal.

Os presos são:

  • general de brigada Mario Fernandes (na reserva);
  • tenente-coronel Hélio Ferreira Lima;
  • major Rodrigo Bezerra Azevedo;
  • major Rafael Martins de Oliveira; e o
  • policial federal Wladimir Matos Soares.

O general da reserva Mario Fernandes atuou por um ano no gabinete de Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde do Governo Bolsonaro e eleito deputado federal em 2022. Ele foi demitido da função em março deste ano, após ser investigado no inquérito que apura o planejamento de um golpe de Estado para reverter o resultado das eleições de 2022.

O grupo planejava ações extremas, incluindo o assassinato das autoridades e a criação de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise” para justificar um golpe de Estado. Lima, que também era responsável pela segurança do País durante a cúpula do G20, no Rio de Janeiro, comandava o Comando Militar da Amazônia (CMA). Mesmo após ser destituído do cargo, em fevereiro de 2024, ele continuou à frente do grupo “Copa 2022“, núcleo central dos golpistas.

Leia mais: Militar ligado ao AM é preso por envolvimento em plano para matar Lula
Editado por Adrisa De Góes
Revisado por Gustavo Gilona

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