Saiba quem é Francisco Alexandre, sócio da Provisa, seguradora da Hapvida, alvo de denúncias
Por: Cenarium
10 de novembro de 2024
MANAUS (AM) – A empresa Provisa Corretora de Seguros Ltda., seguradora da Hapvida Assistência Médica., tem como sócio-administrador, o empresário Francisco de Assis Alexandre com o empresário Janary Wanderlei Gomes Rodrigues, marido da blogueira Cileide Moussallem. A blogueira é denunciada em mais de 100 processos por tentativa de extorsão e fake news a agentes públicos e empresários, segundo o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).
A Hapvida foi alvo do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) por irregularidades no atendimento a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), além de ter contrato rescindido pelo Governo do Amazonas por ineficiência no atendimento a servidores do Estado.

Segundo consta no site da empresa, Francisco Alexandre e Janary Rodrigues são sócios desde 2009, e ambos aparecem em materiais institucionais da Provisa. Na rede social LinkedIn, uma plataforma focada em negócios e emprego, ele se identifica como diretor-presidente da corretora.

Francisco Alexandre também está em vídeo institucional da Provisa afirmando que uma das exigências para ingressar na empresa é “ser adorador de ser humano“. Mas, essa parece não ser a realidade da Hapvida, de acordo com relatos nas redes sociais.
Em vídeo ao qual a CENARIUM teve acesso, compartilhado na rede social Instagram, pacientes que procuram atendimento em uma das unidades da Hapvida reclamam da demora dos atendimentos e da super lotação do local de hospitais da rede privada.
No último dia 31 de outubro, uma internauta fez um registro que mostrou a superlotação para atendimento de emergência de uma unidade da Hapvida, que não teve a localização divulgada. Na legenda, Jennyfher Lobo ironiza: “Halloween do Hapvida” e escreve: “Emergência lotada, pessoas nos corredores esperando leitos, minha mãe há 24 horas internada, ainda não subiu para o leito e está o dia inteiro sem tomar nenhuma medicação!“, disse.
Na mesma publicação, uma mulher, que afirma ser ex-funcionária, afirma que o local sobrecarrega funcionários e paga um “salário miserável”, o que impacta prejudica os pacientes. “Consequentemente afeta no atendimento ao paciente“, escreveu. Em seguida, outra internauta reclama sobre a arrecadação de valores dos donos da empresa. “E o dono morrendo de ganhar dinheiro dos bestas“, escreveu.

Apuração de órgãos fiscalizadores
Conforme mostrou a CENARIUM, a Hapvida foi alvo do MP-AM, que apurou relatos de irregularidades no atendimento prestado a crianças com Transtorno do Espectro Autista. Conforme a denúncia, a sala de atendimento para pacientes com TEA foi transferida para um pronto-socorro, ambiente inadequado e que contraria os padrões definidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Na sexta-feira, 8, a CENARIUM também mostrou que a relação entre a Hapvida e a Provisa virou alvo de investigação do Ministério Público Federal do Amazonas (MPF-AM), em 2016, sob a suspeita dos sócios da empresa não serem corretores licenciados. A denúncia foi arquivada em 2018.
Atendimento ineficaz
Em 2022, a Hapvida teve contrato rescindido pelo governo do Estado por ineficiência no atendimento a servidores da Secretaria de Educação do Amazonas (Seduc/AM). O contrato 007/2022, de R$ 87 milhões, foi firmado para fornecer atendimento médico aos servidores da secretaria, na capital e no interior do Amazonas, que somavam, aproximadamente, 20 mil beneficiários.

Na época, o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Amazonas (Sinteam) afirmou que a empresa não conseguia atender a demanda e resistia às melhorias solicitadas pelos servidores. A Hapvida também estava com 28% de probabilidade de insolvência no Ibovespa.
