Saiba quem é o vereador de Manaus que responde na Justiça por homicídio
Por: Marcela Leiros
11 de agosto de 2025
MANAUS (AM) – Vereador mais votado de Manaus (AM) nas eleições de 2024 e sargento da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM), Alexandre da Silva Salazar, conhecido como Sargento Salazar (PL), responde a uma ação penal no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) por ter assassinado Felipe Kevin de Oliveira com seis disparos à queima-roupa, segundo denúncia do Ministério Público (MP-AM). O homicídio ocorreu na Zona Norte de Manaus, em junho de 2019, e o processo criminal aponta que o parlamentar colocou outras pessoas em risco ao disparar contra o homem em uma via pública.
Consultas realizadas nos sites do TJAM e do MP-AM mostram que Salazar está envolvido, também, em investigações e ações penais que incluem homicídios, crimes militares e abuso de autoridade. Ele aparece como réu ou denunciado em processos criminais que tramitam na Justiça do Estado.
Em novembro de 2024, um mês após Salazar conquistar uma vaga na Câmara Municipal de Manaus (CMM), a Justiça estadual tornou o vereador eleito réu pela morte do homem. De acordo com o documento do TJAM, que acolheu a denúncia do MP-AM, o parlamentar manauara presenciou um roubo em parada de ônibus no bairro Colônia Terra Nova, Zona Norte da capital amazonense. Em posse de uma arma de fogo, o militar atirou contra Felipe, que faleceu em decorrência dos ferimentos.
Vídeo gravado às 20h25 de 24 de junho de 2019 por uma câmera de segurança mostra o momento em que Salazar colide contra uma motocicleta que trafegava em uma rua de Manaus com duas pessoas. As imagens registram dois homens parados em um cruzamento quando um carro branco, que transitava em outra via, se aproxima e atinge o veículo. Após a colisão, dois homens saem correndo. O militar aparece em seguida, atrás dos suspeitos. Veja vídeo:
O parlamentar se justifica que agiu para proteger uma idosa de 65 anos, que estava com uma arma apontada para a cabeça. O vídeo não aponta esse momento de forma evidenciada. Questionado sobre a acusação, Salazar declara: “Atropelei os assaltantes, houve troca de tiros e acabei matando um deles. Estou respondendo, mas tenho certeza que o juiz entenderá que agi em legítima defesa”, informou à CENARIUM.
A investigação do MP-AM apontou que a vítima de Salazar não era assaltante e não estava armado no momento que foi morto pelo militar. O documento também não cita a troca de tiros. O órgão registra, ainda, que a mulher que teria sido assaltada relatou que o morto não era o suspeito do assalto. A condenação para o crime de homicídio, segundo o Código Penal, é de até 20 anos de reclusão.
Apoiador de Bolsonaro
Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Salazar foi o candidato à Câmara Municipal de Manaus (CMM) mais votado na capital amazonense, com 22.594 votos, se apresentando como conservador e defensor da família.
Durante a campanha eleitoral, Sargento Salazar reforçou a imagem de policial “linha-dura”. Em programas de TV e publicações na internet, adotou frases de efeito como “acostumado a derrubar malandro na bala”. Além da atuação política, ficou conhecido, nas redes sociais, por publicar vídeos de abordagens policiais e sátiras humorísticas de assuntos relacionados à criminalidade na capital.
