Saiba quem são as três mulheres brasileiras na lista das 100 mais influentes da BBC
Por: Marcela Leiros*
04 de dezembro de 2024
MANAUS (AM) – Três brasileiras estão na lista da BBC de 100 mulheres inspiradoras e influentes ao redor do mundo em 2024, iniciativa que reconhece aquelas que, por meio de sua resiliência, estão lutando por mudanças, seja a nível local ou global. São elas: a ginasta Rebeca Andrade; a ativista pelos direitos das prostitutas Lourdes Barreto; e a bióloga Silvana Santos.
A lista foi divulgada nessa terça-feira, 3. A edição de deste ano inclui nomes de mulheres como o de Nadia Murad, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, da ativista Gisèle Pelicot, sobrevivente de estupro, e da atriz Sharon Stone.
Rebeca conquistou quatro medalhas em Paris-2024 e tornou-se a maior medalhista olímpica da história do Brasil, com seis prêmios ao todo. A BBC destacou o ouro obtido por no solo, em que ela venceu a americana Simone Biles, considerada uma das maiores ginastas de todos os tempos.
Filha de mãe solo, Rebeca tem sete irmãos. Até os 10 anos, ela ia a pé da sua comunidade nos arredores de São Paulo para as sessões de treino, enquanto sua mãe fazia faxina para pagar por seu treinamento.
Lourdes Barreto é conhecida pelo ativismo em prol das profissionais do sexo no Brasil. Ela iniciou esse ativismo em Belém, Pará, e cofundou a Rede Brasileira de Prostitutas na década de 1980, um dos primeiros movimentos organizados de profissionais do sexo na América Latina.
Barreto também foi fundamental no estabelecimento de políticas de prevenção do HIV, vírus causador da Aids, e fez campanha para evitar a disseminação do vírus entre as comunidades garimpeiras. Em 2023, ela publicou uma autobiografia.
A bióloga Silvana Santos foi reconhecida por “descobrir” a síndrome de Spoan (acrônimo em inglês para “paraplegia espástica, atrofia óptica e neuropatia“), uma doença neurodegenerativa genética rara que causa paralisia progressiva. Ela atribui sua descoberta pioneira no campo da genética inteiramente ao acaso: conheceu uma família com a doença até então desconhecida na rua onde morava.
Nos 20 anos desde que começou sua pesquisa na cidade de Serrinha dos Pintos, Santos ajudou moradores afetados pela doença a obter um diagnóstico crucial. Ela estuda a ocorrência de doenças genéticas raras e sua relação com casamentos entre pessoas com parentesco próximo em áreas pobres do Brasil rural.